O Brasil ocupa o primeiro lugar mundial em prevalência de ansiedade e a quinta posição em depressão, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse cenário, somado ao aumento de 240% nos atendimentos por ansiedade no SUS entre 2018 e 2023, projeta um futuro preocupante: a prevalência dos transtornos relacionados à saúde mental tende a aumentar e os custos com cuidado podem crescer 60% até 2035. A conclusão é do estudo “Caminhos da Saúde Suplementar 2035 – Perspectivas 2035: Saúde Mental”, realizado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), em parceria com a Ecare, maior rede de clínicas em psiquiatria e psicologia e soluções em saúde mental da América Latina, e a Heads in Health, consultoria especializada em gestão de dados na saúde.
O trabalho integra a série especial “Caminhos da Saúde Suplementar – Perspectivas 2035”, que vem analisando os principais desafios e tendências para o setor no horizonte das próximas décadas. Clique aqui e acesse a íntegra do estudo.
O cenário preocupante e de tendência de agravamento estimulou os pesquisadores a proporem seis eixos estratégicos para a melhoria dos cuidados de saúde mental dentro do sistema de saúde brasileiro (público e privado):
Prevenção estrutural e políticas públicas;
Integração público-privada com financiamento baseado em valor;
Uso responsável de tecnologia;
Capacitação de profissionais em competências digitais e medicina de precisão;
Monitoramento e pesquisa com indicadores confiáveis; e
Redução do estigma e da garantia de direitos.
Ao analisar tendências emergentes da área e que já estão em curso, o trabalho chama atenção para alguns pontos capazes de redesenhar o futuro do cuidado em saúde mental. É o caso do uso de biomarcadores genéticos e digitais para diagnóstico precoce; adoção de novas terapias farmacológicas (como cetamina, psicodélicos e até terapia gênica); e uso de tecnologias digitais de suporte, como telepsiquiatria e aplicativos terapêuticos.
“O Brasil precisa decidir se seguirá em um caminho tendencial, com custos crescentes e insustentáveis, além de desigualdades crescentes, ou se adotará um modelo transformador, baseado em integração e inovação responsável”, afirma José Cechin, superintendente executivo do IESS.
Segundo o estudo, 10,27% da população adulta brasileira, cerca de 16,3 milhões de pessoas, apresenta sintomas depressivos. Há também uma correlação entre saúde mental e doenças físicas. Pacientes com transtornos psiquiátricos têm 54% mais risco de desenvolver doenças cardiovasculares, além de maior vulnerabilidade em condições como diabetes, câncer e obesidade. Em todas essas situações, a presença de comorbidades mentais compromete a adesão ao tratamento e os resultados clínicos.
Do ponto de vista econômico, os custos indiretos relacionados a absenteísmo e presenteísmo variam entre US$ 681 e US$ 10.965 por trabalhador/ano, frequentemente superando as despesas médicas diretas, segundo o estudo. Além disso, os custos com saúde mental crescem em ritmo mais acelerado do que a média das demais despesas médicas, o que amplia o risco de insustentabilidade para o sistema.
A situação identificada mostra um cenário desafiador: apenas 23% dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) contam com psiquiatras em tempo integral, sobrecarregando profissionais que chegam a atender até 1,2 mil pacientes ao ano. No setor privado, o desafio não é menor: 78% dos psiquiatras estão concentrados em capitais, ampliando os vazios assistenciais no interior dos Estados, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste.
Além disso, o estudo sugere atenção especial ao diagnóstico precoce de transtornos mentais em crianças e adolescentes, especialmente no ambiente escolar. A triagem em fases iniciais permite a identificação mais rápida, maior adesão a tratamentos e melhores resultados clínicos. Países como o Brasil, inclusive, onde há escassez de especialistas, a escola pode se tornar um ponto estratégico de intervenção em saúde pública, funcionando como porta de entrada para encaminhamentos e cuidados adequados.
“O cuidado em saúde mental precisa ser visto como estratégico e transversal, impactando diretamente resultados clínicos em todas as áreas da medicina”, afirma Eduardo Tancredi, médico psiquiatra e sócio-fundador da Ecare
Para Paulo Vaz, fundador da Heads in Health e sócio da Ecare, a saúde mental é determinante não apenas para o bem-estar individual. “Estamos falando de uma agenda que busca equilíbrio social e sustentabilidade econômica de empresas e dos próprios sistemas de saúde”, observa.
Sobre o IESS
O Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) é uma organização sem fins lucrativos que tem por objetivo promover e realizar estudos sobre saúde suplementar baseados em aspectos conceituais e técnicos que colaboram para a implementação de políticas e para a introdução de melhores práticas. O Instituto busca preparar o Brasil para enfrentar os desafios do financiamento à saúde, como também para aproveitar as imensas oportunidades e avanços no setor em benefício de todos que colaboram com a promoção da saúde e de todos os cidadãos. O IESS é uma referência nacional em estudos de saúde suplementar pela excelência técnica e independência, pela produção de estatísticas, propostas de políticas e a promoção de debates que levem à sustentabilidade da saúde suplementar.
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Jander Ramon
A satisfação com os planos de saúde médicos e odontológicos atingiu o melhor resultado da série histórica iniciada em 2013, consolidando a percepção positiva da saúde suplementar entre os brasileiros. O resultado integra a nova edição da pesquisa Vox Populi, realizada a pedido do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). Clique aqui e acesse a íntegra da pesquisa.
O levantamento ouviu 3,2 mil pessoas com 18 anos ou mais, entre beneficiários e não beneficiários de planos de saúde e odontológicos, em oito regiões metropolitanas — São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre, Manaus e Brasília. As entrevistas foram presenciais, realizadas entre 31 de julho e 17 de agosto de 2025, com nível de confiança de 95%.
Entre os beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares, 85% declararam estar muito satisfeitos ou satisfeitos. A recomendação dos planos também registrou o melhor desempenho da série histórica, com 88,3% dos entrevistados afirmando que recomendariam o seu plano atual. Já a intenção de permanência chegou a 94,8%, reforçando o alto grau de fidelidade e confiança dos beneficiários.
Para o superintendente executivo do IESS, José Cechin, os resultados mostram a consolidação da saúde suplementar como um componente essencial do bem-estar. “Os índices de satisfação e fidelidade permanecem em patamares muito elevados, o que demonstra a solidez da saúde suplementar e a confiança dos brasileiros nos serviços que contratam. O plano é visto não apenas como um benefício, mas como um instrumento de segurança e tranquilidade para a família.”
Entre as oito regiões analisadas, o Rio de Janeiro apresentou o maior índice de satisfação (92%), seguido por Brasília (87%) e Porto Alegre (86%). Os principais motivos de satisfação apontados foram a qualidade e a agilidade do atendimento, além da percepção de que o plano atende às necessidades de saúde do beneficiário.
O índice de insatisfação, de 14,3%, permanece idêntico ao levantamento anterior (2021), mostrando estabilidade nas percepções críticas. As principais queixas entre os insatisfeitos concentram-se na dificuldade para agendar consultas e exames, no valor elevado das mensalidades e no tempo de espera no atendimento.
Além do nível de satisfação, o levantamento também buscou compreender as motivações que levam os brasileiros a manter ou contratar um plano de saúde. Entre as principais razões apontadas, os beneficiários destacam: segurança em casos de emergência (34%), segurança/tranquilidade em relação à saúde da família (28%) e qualidade do atendimento (23%).
Entre os não beneficiários, a pesquisa também investigou as razões para não possuir um plano de saúde. A principal justificativa apontada foi o custo elevado, mencionada por 66% dos entrevistados. Em seguida, aparecem a falta de condições financeiras no momento (23%), a percepção de que o sistema público é suficiente (6%) e a falta de interesse pessoal (3%). Um pequeno percentual (2%) disse não ter plano por outros motivos, como mudança de emprego ou dependência de cobertura familiar.
Sobre as questões financeiras apontadas, o IESS reconhece que a saúde suplementar está inserida em um ambiente de preços altos e reajustes elevados, o que dificulta o acesso à população. Isso decorre de fatores como o intenso ritmo de inovações e incorporações tecnológicas na saúde, “quase em tempo real”, capazes de gerar ganhos assistenciais na maioria das vezes, mas que também implicam impactos sobre os custos nem sempre percebidos pelos contratantes. Da mesma forma, o grande volume de judicialização e práticas fraudulentas do sistema também impactam as despesas, configurando outros catalizadores de preços e reajustes.
Planos odontológicos
Entre os beneficiários de planos odontológicos, o índice de satisfeitos ou muito satisfeitos chegou a 87%, o maior já registrado desde o início da série. A recomendação alcançou 88%, e a intenção de manter o plano atingiu 90%, confirmando o crescimento consistente de fidelidade observado nas últimas edições da pesquisa. A qualidade técnica dos profissionais foi apontada como o principal fator de satisfação, seguida pela facilidade de acesso aos serviços e pelo custo-benefício percebido.
Sobre o IESS
O Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) é uma organização sem fins lucrativos que tem por objetivo promover e realizar estudos sobre saúde suplementar baseados em aspectos conceituais e técnicos que colaboram para a implementação de políticas e para a introdução de melhores práticas. O Instituto busca preparar o Brasil para enfrentar os desafios do financiamento à saúde, como também para aproveitar as imensas oportunidades e avanços no setor em benefício de todos que colaboram com a promoção da saúde e de todos os cidadãos. O IESS é uma referência nacional em estudos de saúde suplementar pela excelência técnica e independência, pela produção de estatísticas, propostas de políticas e a promoção de debates que levem à sustentabilidade da saúde suplementar.
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Jander Ramon
O número de empregos formais na cadeia produtiva da saúde cresceu 1% entre maio e agosto de 2025, passando de 5,22 milhões para 5,27 milhões de vínculos, um saldo positivo de 52 mil postos de trabalho. O desempenho superou o da economia brasileira como um todo, que registrou alta de 0,9% no mesmo período. Os dados constam da 78ª edição do Relatório de Emprego na Cadeia Produtiva da Saúde (RECS), publicado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). Clique aqui e acesse a íntegra.
De acordo com o levantamento, o crescimento foi impulsionado principalmente pelo setor privado, que avançou 1,3% e ampliou sua participação para 82% do total de vínculos da saúde, o equivalente a 4,32 milhões de empregos formais. Já o setor público, com 950,8 mil vínculos (18% do total), apresentou leve retração de 0,3% no trimestre, com destaque negativo para a região Norte, que reduziu em 3,6% os vínculos públicos em saúde.
“O setor de saúde segue sendo um importante gerador de empregos formais no País, com um ritmo de crescimento que supera a média da economia. Esse resultado reflete a força da cadeia privada e a ampliação dos serviços assistenciais em todas as regiões”, destaca José Cechin, superintendente executivo do IESS. “Convém notar que parte dos empregos privados estão em organizações que prestam serviços ao SUS, como no caso de filantrópicos ou nas entidades do terceiro setor que administram unidades do setor público”, ressalta.
Centro-Oeste e Nordeste lideram o crescimento regional
Entre as regiões, o Centro-Oeste apresentou o maior crescimento proporcional, de 2,9%, seguido pelo Nordeste (alta de 1,4%) e pelo Sul (alta de 1,2%). A região Sudeste, que concentra quase metade dos empregos do setor, cresceu 0,9%, enquanto o Norte foi a única com retração de 0,5%, influenciada pela queda no emprego público.
Em termos absolutos, o Sudeste mantém a liderança com 2,63 milhões de vínculos formais, seguido pelo Nordeste (1,04 milhão), Sul (765 mil), Centro-Oeste (544 mil) e Norte (291 mil). A participação da saúde na economia brasileira alcançou 10,8% dos vínculos formais, chegando a 12,7% no Nordeste e 12,4% no Centro-Oeste — evidenciando a importância estrutural do setor para o desenvolvimento regional.
O relatório mostra que os prestadores de serviços (clínicas, consultórios, hospitais e laboratórios) seguem como o principal motor da geração de empregos na saúde. Em agosto, eles representavam 74% de todos os vínculos da cadeia, chegando a 80% no Norte e 79,2% no Nordeste.
No recorte da saúde suplementar, o saldo acumulado entre agosto de 2024 e agosto de 2025 foi de 167,9 mil novas vagas, sendo 123,9 mil criadas por prestadores (73,8%), 38 mil por fornecedores e 6 mil por operadoras de planos de saúde.
Sobre o IESS
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Jander Ramon
O número de beneficiários de planos médico-hospitalares coletivos empresariais cresceu 4,1% em agosto de 2025, ante o mesmo mês de 2024, o que representa 1,5 milhão de novos vínculos. No mesmo período, o emprego formal aumentou 3%, com a criação de 1,44 milhão de postos de trabalho. O dado consta da 110ª Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), publicada pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), e mostra que a expansão dos planos empresariais superou o ritmo do mercado de trabalho. Clique aqui e acesse a íntegra do relatório.
Para o IESS, mais do que reforçar a correlação direta entre a geração de empregos no País e o avanço da saúde suplementar, o resultado é um indicativo de que o plano de saúde continua muito atrativo e, possivelmente, esteja sendo usado como um instrumento de atração e retenção de profissionais no mercado de trabalho. O relatório mostra que, segundo o Novo Caged, o estoque de empregos foi puxado principalmente pelos setores de serviços (767 mil vagas) e comércio (315 mil).
“Quando a economia gera empregos, a cobertura em saúde suplementar se expande. O fato de o crescimento dos planos empresariais ter superado o do emprego é um indício, a ser acompanhado e talvez confirmado nos próximos meses, de que o plano de saúde esteja sendo utilizado pelas empresas para atrair e reter talentos diante de um mercado no qual, em muitos setores, há uma crise de oferta de mão de obra qualificada”, pontua José Cechin, superintendente executivo do IESS. “Nesse momento, o dado é um sintoma de uma possível tendência”, adiciona.
No total, o setor alcançou recorde de 53 milhões de beneficiários em planos médico-hospitalares e 34,7 milhões em planos exclusivamente odontológicos em agosto de 2025. Desse universo, a modalidade coletiva empresarial representa 72,7% dos vínculos médico-hospitalares.
Em relação a agosto do ano passado, o crescimento dos planos médico-hospitalares foi de 1,29 milhão de beneficiários, alta de 2,5%. Os planos individuais, em contrapartida, seguiram em retração, com a saída de 177,4 mil beneficiários (queda de 2%).
Planos odontológicos
O número de beneficiários de planos exclusivamente odontológicos também atingiu recorde histórico, alcançando 34,7 milhões em agosto de 2025, crescimento de 2,9% em relação a agosto de 2024, o equivalente a 987,6 mil novos vínculos.
A NAB também destaca um movimento estrutural de longo prazo: a redução da diferença entre o número de beneficiários de planos médico-hospitalares e odontológicos. Em setembro de 2000, havia 28,8 milhões de vínculos a mais em planos médicos; em agosto de 2025, essa diferença caiu para 18,3 milhões, uma redução de cerca de 10 milhões de vínculos em 25 anos. O resultado reflete o crescimento sustentado do segmento odontológico, impulsionado pela maior conscientização sobre saúde bucal, pela oferta de produtos acessíveis e pela incorporação das coberturas odontológicas nos pacotes corporativos de benefícios.
“Os números confirmam que a saúde suplementar mantém uma trajetória robusta de expansão, ancorada em bases diversificadas de contratação e em um processo contínuo de inclusão de beneficiários. Essa evolução contribui não apenas para o equilíbrio do setor, mas também para a ampliação do acesso à saúde no país”, conclui José Cechin, superintendente executivo do IESS.
Sobre o IESS
O Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) é uma organização sem fins lucrativos que tem por objetivo promover e realizar estudos sobre saúde suplementar baseados em aspectos conceituais e técnicos que colaboram para a implementação de políticas e para a introdução de melhores práticas. O Instituto busca preparar o Brasil para enfrentar os desafios do financiamento à saúde, como também para aproveitar as imensas oportunidades e avanços no setor em benefício de todos que colaboram com a promoção da saúde e de todos os cidadãos. O IESS é uma referência nacional em estudos de saúde suplementar pela excelência técnica e independência, pela produção de estatísticas, propostas de políticas e a promoção de debates que levem à sustentabilidade da saúde suplementar.
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Jander Ramon
São Paulo, setembro de 2025 – As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil, responsáveis por cerca de 400 mil óbitos anuais. Nesse cenário, o infarto agudo do miocárdio (IAM) se destaca como a condição mais letal, respondendo por quase um quarto das mortes por doenças do aparelho circulatório.
O novo estudo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), “Tendências do Infarto Agudo do Miocárdio na Saúde Suplementar”, produzido em virtude do Dia Mundial do Coração (29 de setembro), revela que os casos de IAM entre beneficiários de planos de saúde cresceram 70,8% entre 2015 e 2024 – passando de 9,2 mil para 15,5 mil registros no setor, o que equivale a um salto de 20,5 para 35,1 casos por 100 mil beneficiários. O recorde ocorreu em 2023, com 19,2 mil casos absolutos, ou 44,1 por 100 mil beneficiários.
Embora focados na saúde suplementar, que cobre cerca de 25% da população (aproximadamente 52 milhões de pessoas), os dados revelam uma tendência nacional de agravamento dos casos de doenças cardiovasculares, que impactam a saúde de toda a sociedade.
O número médio de casos por prestador da rede assistencial passou de 4,94, em 2015, para 6,75, em 2024, uma alta de 36,6%. Segundo o estudo, isso revela maior carga assistencial da rede e concentração dos atendimentos em determinados serviços de saúde.
O levantamento reforça que enfrentar esse aumento exige estratégias preventivas mais efetivas, como:
- Programas de prevenção primária intensivos, voltados à redução dos fatores de risco cardiovasculares;
- Monitoramento contínuo da evolução desses fatores entre os beneficiários;
- Políticas de incentivo a hábitos saudáveis e mudanças comportamentais sustentáveis.
“Os números mostram um crescimento consistente e preocupante dos casos de infarto na saúde suplementar. Isso evidencia a necessidade de uma atuação mais firme na prevenção, especialmente no acompanhamento sistemático dos fatores de risco”, afirma José Cechin, superintendente executivo do IESS.
O que motiva o crescimento dos casos
De acordo com o estudo, alguns fatores explicam o comportamento identificado:
- Persistência de fatores de risco: obesidade, hipertensão, sedentarismo e síndrome metabólica seguem em alta, influenciando o agravamento do quadro cardiovascular.
- Mudanças recentes: o período de 2020 a 2023 concentrou o maior crescimento acumulado, associado à pandemia de COVID-19 e às alterações nos padrões de busca por atendimento médico.
- Diferenças por sexo: homens apresentaram taxas 2 a 2,5 vezes maiores que as das mulheres em todo o período.
- Mesmo entre os mais jovens, embora em níveis baixos, também houve crescimento nos casos registrados.
“Precisamos também mencionar o envelhecimento populacional, pois pessoas com 60 anos ou mais têm até 57 vezes mais chances de sofrer infarto em comparação a quem tem menos de 40 anos”, aponta Cechin. Ele ressalta, porém que o impacto atual do envelhecimento é menor, mas no médio e longo prazo o será muito relevante. “O processo de envelhecimento da população brasileira vai acelerando o volume de episódios de IAM, a menos que se invista em prevenção. E os sistemas de saúde têm condições de promover iniciativas de prevenção para toda a sociedade brasileira”, enfatiza Cechin.
Sobre o IESS
O Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) é uma organização sem fins lucrativos que tem por objetivo promover e realizar estudos sobre saúde suplementar baseados em aspectos conceituais e técnicos que colaboram para a implementação de políticas e para a introdução de melhores práticas. O Instituto busca preparar o Brasil para enfrentar os desafios do financiamento à saúde, como também para aproveitar as imensas oportunidades e avanços no setor em benefício de todos que colaboram com a promoção da saúde e de todos os cidadãos. O IESS é uma referência nacional em estudos de saúde suplementar pela excelência técnica e independência, pela produção de estatísticas, propostas de políticas e a promoção de debates que levem à sustentabilidade da saúde suplementar.
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Jander Ramon
São Paulo, setembro de 2025 – A expectativa de vida no Brasil deve alcançar 77,8 anos até 2030, segundo projeções do IBGE, mas os anos vividos com saúde não acompanham essa evolução, ampliando a lacuna entre longevidade e vida saudável (também conhecida como lacuna healthspan-lifespan) – diferença entre o tempo total de vida e o período vivido sem doenças incapacitantes. Essa disparidade crescente coloca em risco a sustentabilidade do sistema de saúde brasileiro. O alerta faz parte do novo estudo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), que mostra ainda que, no cenário global, essa lacuna já é de 9,6 anos e pode chegar a 16 anos até 2035.
Intitulado “Vivendo mais, mas com mais doenças: Análise da lacuna entre longevidade e vida saudável na saúde suplementar”, o trabalho integra a série Caminhos da Saúde Suplementar: Perspectivas 2035, um projeto desenvolvido pelo IESS e que conta com participação e contribuições de especialistas brasileiros do setor de saúde.
O levantamento revela que a obesidade, hoje responsável por quase 10% dos gastos da saúde suplementar, poderá atingir 46% dos beneficiários em 2030, consumindo mais da metade das despesas assistenciais. O custo médio por beneficiário, que era de R$ 2,2 mil em 2020, deve crescer para R$ 3,1 mil em 2030 – alta de 42% em uma década, muito acima do crescimento estimado do PIB per capita (7,7%). Por outro lado, intervenções preventivas poderiam gerar uma economia de até R$ 45 bilhões anuais até 2035.
Para o superintendente executivo do IESS, José Cechin, a economia da saúde suplementar dificilmente resistirá a uma prevalência crescente de obesidade sem que se mude o foco para prevenção e cuidado de longo prazo. “A conta simplesmente não fecha. Por isso, temos que adotar iniciativas imediatamente”, sugere.
O estudo indica que a sustentabilidade do setor depende de uma transformação estrutural baseada em quatro pilares: medicina preventiva, inovação tecnológica, cuidado baseado em valor e sustentabilidade sistêmica. Esses elementos incluem desde a incorporação de telessaúde e inteligência artificial até a reorganização dos ambientes urbanos e novas políticas regulatórias.
Cechin acrescenta: “O sistema precisa mudar de lógica, prevalecendo menos volume de procedimentos e mais resultados concretos para os pacientes”.
Entre 2008 e 2023, os beneficiários da saúde suplementar apresentaram tendências preocupantes: obesidade subiu de 12,5% para 21,9%; diabetes, de 5,8% para 9,8%; e hipertensão se manteve em 26,3%. Além disso, o excesso de peso já atinge 60,9% da população com plano de saúde. Apesar da queda do tabagismo (de 12,4% para 6,8%, no período), o sedentarismo permanece elevado e hábitos alimentares protetores, como o consumo de feijão, vêm diminuindo.
O estudo também chama atenção para as desigualdades: mulheres concentram 60% dos custos com obesidade e vivem mais anos com morbidade; diferenças regionais chegam a 6 anos de expectativa de vida saudável nas regiões Sul/Sudeste em relação a Norte/Nordeste – diferença também observada entre alguns bairros vizinhos de uma mesma cidade; e mulheres negras estão entre as mais vulneráveis a doenças crônicas e mortalidade materna.
Esses números revelam que o modelo vigente, centrado em episódios e medicina curativa, mostra-se inadequado para o perfil epidemiológico atual. O predomínio da remuneração por procedimento (fee-for-service) perpetua fragmentação e altos custos no manejo das doenças crônicas.
“Se o Brasil não fizer agora a transição para um modelo proativo e baseado em valor, prevenção e promoção de saúde, corremos o risco de repetir a trajetória de países onde a longevidade aumentou, mas a qualidade de vida não acompanhou – e o sistema passou a viver sob a ameaça de entrar em colapso financeiro”, pondera.
Sobre o IESS
O Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) é uma organização sem fins lucrativos que tem por objetivo promover e realizar estudos sobre saúde suplementar baseados em aspectos conceituais e técnicos que colaboram para a implementação de políticas e para a introdução de melhores práticas. O Instituto busca preparar o Brasil para enfrentar os desafios do financiamento à saúde, como também para aproveitar as imensas oportunidades e avanços no setor em benefício de todos que colaboram com a promoção da saúde e de todos os cidadãos. O IESS é uma referência nacional em estudos de saúde suplementar pela excelência técnica e independência, pela produção de estatísticas, propostas de políticas e a promoção de debates que levem à sustentabilidade da saúde suplementar.
XII Congresso Jurídico de Saúde Suplementar - Programação da Manhã
Com profundo pesar, o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) manifesta luto pelo falecimento do médico Manoel Antonio Peres, ex-diretor-presidente da Bradesco Saúde e que também presidiu o Conselho Diretor do IESS.
Reconhecido como um dos mais influentes e respeitados líderes da saúde suplementar, Manoel Peres marcou sua trajetória no IESS por uma gestão com foco na eficiência e segurança assistencial, sobretudo ao estimular a produção de estudos técnicos voltados para identificar as melhores práticas (nacionais e internacionais) da área e promover um amplo debate entre toda a cadeia de valor para a implementação de iniciativas de aperfeiçoamento do sistema de saúde brasileiro.
Deixa um legado de ética, respeito e dedicação, que o IESS se compromete a honrar e manter vivo.
São Paulo, agosto de 2025 – A cadeia produtiva da saúde no Brasil registrou um saldo positivo de 39,3 mil novos empregos formais entre fevereiro e maio deste ano, alcançando o total de 5,22 milhões de vínculos ativos no setor. O crescimento corresponde a 0,8% no período, em linha com o avanço registrado pela economia como um todo (alta de 1%). Os dados integram a edição 77 do Relatório do Emprego na Cadeia Produtiva da Saúde (RECS) do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), que se baseia em dados do Novo Caged, Painel Estatístico de Pessoal do Ministério da Economia e Portais de Transparência.
A íntegra do relatório está disponível em https://www.iess.org.br/sites/default/files/2025-08/RECS77.pdf e um dashboard interativo com dados detalhados pode ser acessado em https://public.tableau.com/app/profile/iess/viz/RelatriodeEmprego/RelatriodeEmprego?publish=yes
Há, segundo o relatório, um cenário de expansão do emprego na saúde impulsionado principalmente pelo setor privado, enquanto o setor público apresentou retração.
Segundo José Cechin, superintendente executivo do IESS, o setor de saúde tem demonstrado resiliência e capacidade de gerar emprego mesmo em um ambiente macroeconômico instável. “A dinâmica atual mostra que a cadeia privada tem sustentado o crescimento, enquanto o setor público enfrenta limitações", enfatiza.
Nordeste
Embora a Região Sudeste ainda concentre o maior número absoluto de vínculos (2,6 milhões), o Nordeste liderou o crescimento proporcional de empregos na saúde por habitante, com alta de 7,8% no comparativo de maio de 2025 ante o mesmo mês do ano passado. A região mantém mais de 1 milhão de vínculos formais, com significativa participação do setor público (26,5%).
Em um ano, Pernambuco registrou o maior crescimento de empregos na saúde no Nordeste do País, com alta de 15,7% em maio de 2025 ante o mesmo mês do ano passado, equivalendo a 29,5 mil novos postos. O estado conta com 217,4 mil postos na área de saúde, sendo 142,2 mil privados e 75,2 mil públicos.
Cabe destacar que o emprego na saúde em Pernambuco parece refletir o comportamento da economia estadual.
Dados recentes divulgados pela Secretaria de Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Regional (Seplag-PE) indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado fechou o quarto trimestre de 2024 com um crescimento de 6,2% em relação ao mesmo período de 2023 e, no acumulado de 2024.
O segundo lugar em crescimento de emprego na saúde da região ficou com o Ceará, com alta de 14% no acumulado (correspondendo a 19,4 mil novas ocupações). Dos 158,4 mil profissionais que atuam na saúde cearense, 123,2 mil estão locados no sistema privado e 35,1 mil no público.
"O desempenho do Nordeste indica uma interiorização da oferta de serviços e da demanda por profissionais de saúde. Isso reflete tanto investimentos regionais quanto o avanço da formalização", analisa Cechin.
Outros destaques do RECS
· 5,2 milhões de vínculos formais na cadeia da saúde (pública e privada) em maio de 2025
· 18,2% dos vínculos são do setor público
· A saúde representa 10,8% do total de empregos formais da economia brasileira
· Retração de -4,5% no setor público no Norte em apenas três meses
No recorte da saúde suplementar, a expansão se mostra ainda mais robusta. Entre maio de 2024 e maio de 2025, a cadeia privada registrou saldo acumulado de 167,7 mil empregos, com destaque para os prestadores de serviços, responsáveis por 125,2 mil novas vagas, o equivalente a 75% do crescimento total do setor. Fornecedores registraram 37,5 mil novos empregos no mesmo período, enquanto operadoras de planos de saúde adicionaram cerca de 5 mil novos postos.
O Sudeste segue como polo de emprego na saúde, reforçando as diferenças regionais:
- Norte: maior dependência do setor público (45,4% dos vínculos), mas teve a maior retração pública (-4,5%)
- Sul: maior participação do setor privado (88,7%), com crescimento moderado de vínculos (0,9%)
- Centro-Oeste: maior taxa de crescimento no total da cadeia (2,2%), mesmo com retração pública (-0,8%)
“Apesar das assimetrias regionais, a saúde segue sendo um dos maiores empregadores formais do país e tem papel estratégico na geração de renda e inclusão produtiva”, conclui Cechin.
Sobre o IESS
O Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) é uma organização sem fins lucrativos que tem por objetivo promover e realizar estudos sobre saúde suplementar baseados em aspectos conceituais e técnicos que colaboram para a implementação de políticas e para a introdução de melhores práticas. O Instituto busca preparar o Brasil para enfrentar os desafios do financiamento à saúde, como também para aproveitar as imensas oportunidades e avanços no setor em benefício de todos que colaboram com a promoção da saúde e de todos os cidadãos. O IESS é uma referência nacional em estudos de saúde suplementar pela excelência técnica e independência, pela produção de estatísticas, propostas de políticas e a promoção de debates que levem à sustentabilidade da saúde suplementar.
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