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Setembro 2018
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Como bem lembrou Luiz Augusto Carneiro, superintendente executivo do IESS, na abertura do Seminário Internacional “Qualidade Assistencial e Segurança do Paciente em Serviços de Saúde”, temos atuado fortemente na implementação de uma agenda nacional de indicadores para mensurar o desempenho da prestação de serviços de saúde no Brasil com o objetivo de estimular o maior conhecimento de toda a cadeia e aplicação de ações para redução dos problemas na assistência ao paciente.

Como mostramos aqui, a transparência é um valor universal e todos querem saber mais com quem estão se relacionando, sejam empresas ou pessoas públicas. Foi durante o evento que lançamos o 2° Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, produzido pelo IESS e pelo Instituto de Pesquisa Feluma, da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais traz números alarmantes acerca da assistência em saúde no Brasil. “Devido à importância da publicação que fizemos em 2016, chamada ‘Erros Acontecem’, resolvemos transformá-la em um Anuário para seguir nessa agenda pela segurança e transparência das informações em prol do paciente”, afirmou Carneiro.

Portanto, é com bons olhos que vemos iniciativas em prol da segurança do paciente, como divulgada no jornal O Estado de S. Paulo e repercutida em outros veículos. Segundo a publicação, o Ministério da Saúde lançou no último ano, projeto que já apresenta resultados em 119 hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS). Por meio dele, profissionais da rede pública estão recebendo treinamento em cinco hospitais particulares de referência no País. A padronização de procedimentos na UTI realizada pelo projeto conseguiu uma redução de 23% nas ocorrências de infecção hospitalar nas unidades e tem como meta chegar à queda de 50% até 2020.

Concentrado em 25 Estados, o trabalho busca diminuir três tipos de infecção: na corrente sanguínea, no trato urinário e a pneumonia associada à ventilação mecânica. O projeto se propõe a salvar 8.500 vidas nas UTIs dos hospitais participantes e, com isso, reduzir o custo de internações em até R$ 1,2 bilhão.

Em entrevista à reportagem, a enfermeira da UTI, Daniele Alves Scatolin, lembrou que a capacitação dos profissionais é fundamental para salvar vidas. “Ela me ajudou muito, porque a gente percebeu que não precisa de tecnologia para envolver a equipe, mas comprometimento. Falo que recebi um troféu, não só como profissional, mas como pessoa. A gente pode fazer o melhor para dar assistência segura para o paciente. O bom de ter hospitais de ponta é a troca de experiências e o aprendizado”, contou.

A ação o Ministério da Saúde vai em linha com as mudanças necessárias apontadas no 2° Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, como políticas de promoção de saúde e aperfeiçoamento de processos que podem contribuir de forma relevante para o combate aos eventos adversos. Como já mostramos, a cada hora, 6 pacientes morrem por erros e falhas nos hospitais no Brasil. Esses erros consomem R$ 10,6 bilhões que poderiam ser melhores aplicados e 14,3 milhões de leitos-dia utilizados pelos mesmos motivos ao invés de atender outros pacientes.

Agosto 2018
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Nas últimas semanas temos comentado como, a cada hora, 6 pacientes morrem por erros e falhas nos hospitais no Brasil; que esses erros consomem R$ 10,6 bilhões que poderiam ser melhor aplicados; ou, ainda, os 14,3 milhões de leitos-dia utilizados pelos mesmos motivos ao invés de atender outros pacientes.

Acreditamos que ter uma visão clara do problema é o primeiro passo para combatê-lo. Claro, um desafio deste tamanho não se resolve do dia para a noite, ainda que praticamente todos os elos da cadeia saibam (mesmo que não reconheçam) o que é necessário para tanto; indicadores de qualidade, transparência e mudança do modelo de remuneração de prestadores de serviços médicos do fee-for-service para outro que deixe de recompensar desperdícios e passe a puni-los.

Enquanto essas mudanças tão necessárias para a melhoria – e a sustentabilidade da saúde (pública e privada) – não acontecem, elencamos no 2° Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, algumas políticas de promoção de saúde e aperfeiçoamento de processos que poderiam contribuir de forma relevante para o combate aos eventos adversos. Vale consultar a proposta completa no documento, a partir da página 59, no item 8.1 Proposição de meta nacional de segurança assistencial hospitalar.

Hoje, contudo, queremos destacar 5 eventos não infecciosos que não contam com programas nacionais de prevenção, mas são responsáveis por uma parcela considerável de eventos adversos graves:

  • Aspiração pulmonar
  • Insuficiência renal aguda
  • Hemorragia pós-operatórias
  • Parada cardiorrespiratória prevenível
  • Insuficiência respiratória aguda

A falta de um programa nacional para controle e combate à ocorrência desses eventos – que poderiam ser evitados, a maior parte das vezes, com processos mais bem desenhados e executados - é um exemplo evidente de como ainda estamos longe de solucionar a questão. A constatação da realidade pode até doer, principalmente pelas vidas desperdiçadas, mas a verdade é que ainda precisamos engatinhar antes de andar.

Maio 2018
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Importante elo do setor de saúde suplementar, a medicina diagnóstica tem ganhado cada vez mais destaque na mídia pelas diferentes inovações na área que podem resultar em melhoria da assistência e de eficiência para o setor.

Esforço e necessidade dos diferentes agentes de toda a cadeia, a promoção da saúde e a prevenção de doenças é ordem do dia para garantir não só o bem-estar da população – que está cada vez mais envelhecida graças ao mérito dos avanços da medicina –, mas também da sustentabilidade do setor, que enfrenta alta crescente nos custos com a assistência. Nesse caso, o clichê faz total sentido: prevenir é muito melhor que remediar.

É exatamente nessa questão que os avanços da medicina diagnóstica são fundamentais. Como mostrou o DCI nesta quinta-feira, esse cenário de mudança demográfica deve exigir maior investimento em ferramentas de diagnóstico precoce. O uso da tecnologia amplia a eficiência operacional e a aplicação da inteligência artificial está diretamente relacionada com a melhoria dos resultados laboratoriais e de imagem.

Esse uso da inteligência artificial vai ao encontro de projeto colocado em prática pelo Hospital Sírio-Libanês para mapear risco de câncer de pulmão por meio de varredura em laudos de tomografias de tórax, noticiado pelo jornal O Estado de S. Paulo na última semana. 

Pela primeira vez no Brasil, a iniciativa poderá revelar aos médicos quais pacientes têm maior risco de desenvolvimento desse tipo de câncer, um dos mais letais em todo o mundo exatamente por ser assintomático, detectado geralmente em estágios avançados. O diagnóstico precoce deve salvar vidas e ainda economizar em tratamentos.

Conforme mostra a apresentação que pode ser acessada aqui, o setor de diagnósticos tem crescido a passos largos no país. Em oito anos, o estoque de emprego no segmento cresceu 46,7% (aumento de 62 mil pessoas). Sua importância, contudo, vai além dos exames para detecção de diferentes problemas. Conforme mostra o TD 62 – “Evidências de práticas fraudulentas em sistemas de saúde internacionais e no Brasil”, entre 25% e 40% dos exames laboratoriais não são necessários, o que acarreta em desperdícios para toda a cadeia e até riscos ao paciente. 

Isso passa, portanto, pela melhor informação e conscientização dos diferentes envolvidos no setor, como profissionais de saúde e paciente. Diante desse cenário, é importante encarar a aplicação dos diferentes recursos e tecnologias em saúde como modo de garantir a ampliação da qualidade assistencial e, ao mesmo tempo, a eficiência e sustentabilidade da saúde suplementar no país.

Outubro 2017
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Motivados pelo Outubro Rosa, fizemos um estudo especial para detectar a frequência de utilização de alguns serviços de saúde entre as beneficiárias de planos médico-hospitalares no Brasil. Entre os resultados do estudo inédito “Assistência à saúde da mulher” está o aumento no número de mamografias realizadas pelos planos de saúde a cada grupo de 100 beneficiárias vinculadas a planos médico-hospitalares com idade entre 50 anos e 69 anos (faixa etária definida como prioritária para esse exame pelo Ministério da Saúde), que avançou de 43,6, em 2012, para 48,7 em 2016. 

O estudo também destaca a importância de ações de promoção da saúde, como a desenvolvida há 15 anos com o Outubro Rosa. Fundamentais tanto para cuidar das pessoas quanto para assegurar a sustentabilidade da saúde suplementar. Vale lembrar, o diagnóstico precoce para o paciente aumenta a chance de cura ao detectar a doença no início, evitando um tratamento mais agressivo, reduzindo o tempo e os custos para esse tratamento. Para o sistema de saúde as vantagens são o ganho de eficiência, desse modo gerando maior qualidade de atendimento e segurança ao paciente.

Ainda levantamos dados sobre a realização de Papanicolau, que tem recuado, e de internações para a realização da laqueadura tubária (procedimento de anticoncepção definitivo) e implante de dispositivo intrauterino (DIU), que têm crescido.

Nos próximos dias iremos apresentar os números e analisar os resultados aqui no Blog. Fique de olho.

Outubro 2017
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Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o tabagismo é a principal causa de morte evitável do mundo. Mais do que causar dependência física e psicológica, também está relacionado com diferentes complicações na saúde, como doença pulmonar crônica (que inclui bronquite e enfisema) e cânceres. Além dos já conhecidos efeitos para a saúde e qualidade de vida, também já apontamos aqui os gastos relacionados ao hábito: dados da Fiocruz apontam que o tratamento de cada paciente com câncer de pulmão custa, em média, R$ 400 mil. Já a OMS mostra que o tabagismo custa US$ 1 trilhão ao ano em função da diminuição da produtividade, adoecimento e mortes prematuras.

Exatamente nesta linha, o trabalho do 2° colocado na categoria “Promoção da Saúde” do V Prêmio IESS de “Estilo de vida de trabalhadores, absenteísmo e gastos com serviços de saúde”, de Fabiana Maluf Rabacow, acompanhou 2.200 colaboradores de uma companhia aérea brasileira e mostrou como o estilo de vida afeta o dia a dia e a produtividade no ambiente de trabalho.

O tabagismo foi a principal causa de faltas no trabalho, e o excesso de peso como precursor de maiores gastos com serviços de saúde. A análise englobou homens e mulheres dos setores de trabalho administrativo, operacional, call-center e tripulantes (pilotos e comissários aéreos) da empresa ao longo de um ano. 

Confira, a seguir, nossa conversa com Fabiana e não deixe de inscrever gratuitamente, até 15 de outubro, seu trabalho de conclusão de curso de pós-graduação (especialização, MBA, mestrado ou doutorado) com foco em saúde suplementar nas áreas de Economia, Direito e Promoção de Saúde, Qualidade de Vida e Gestão em Saúde. Veja o regulamento completo

Os dois melhores de cada categoria receberão prêmios de R$ 10 mil e R$ 5 mil, respectivamente, além de certificados, que serão entregues em cerimônia de premiação em dezembro deste ano.

BLOG DO IESS - Sobre o que é o seu trabalho? É parte de pesquisa de qual programa de pós-graduação?

Fabiana Maluf Rabacow - Meu trabalho foi sobre estilo de vida de trabalhadores, absenteísmo e gastos com serviços de saúde. Foi a minha tese de doutorado no programa de doutorado em Medicina Preventiva da USP. Continuo pesquisando o mesmo tema e estou começando este ano dois diferentes projetos na área. Os resultados desse trabalho se aplica para diversas áreas do mercado de trabalho.

BLOG - Para você, as ações de promoção de saúde que aponta deveriam ser responsabilidade de quem e por quê?

Fabiana - Acredito que oferecer um ambiente no qual a escolha por um estilo de vida saudável seja a escolha mais fácil é papel do governo, de empresas (públicas e privadas), das seguradoras, das escolas e da comunidade como um todo. O fato de a maior parte da população brasileira estar com excesso de peso, por exemplo, não pode ser atribuído somente ao indivíduo e às suas escolhas. É preciso lembrar que suas escolhas estão fortemente associadas a questões sociais. Por exemplo, os alimentos de mais fácil acesso e com melhor preço hoje não são os alimentos mais saudáveis. Ainda, cidades violentas, poluídas e principalmente, planejadas para carros e não para pessoas, também não facilitam um estilo de vida mais ativo.

BLOG - De que modo seu trabalho se posiciona nesta busca pela promoção de saúde e nos seus esforços pessoais e acadêmicos para disseminar esta questão?

Fabiana - Compreender o impacto de fatores relacionados ao estilo de vida no absenteísmo e nos gastos com saúde de trabalhadores fornece evidências que podem embasar programas de promoção da saúde para essa população.

BLOG - Em sua opinião, qual a importância do Prêmio IESS no incentivo à pesquisa nacional?

Fabiana - O prêmio IESS possui grande importância ao divulgar as pesquisas realizadas e, principalmente, ao fortalecer a ligação entre a pesquisa à prática. Receber essa premiação traz um grande destaque ao trabalho do pesquisador. Representa divulgação e reconhecimento a pesquisas que, muitas vezes, ficariam restritas a bancos de teses e dissertações.