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Dezembro 2018
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Como temos apontado, o Brasil está envelhecendo e esta mudança demográfica deve gerar uma série de alterações na sociedade e no setor de saúde. Para ajudar os gestores do setor a se preparar para essa nova realidade, atualizamos anualmente a “Projeção das despesas assistenciais da saúde suplementar”, já analisada aqui no Blog.

Além disso, sempre buscamos referências internacionais nas quais embasar nossas pesquisas e dar subsídios para que o setor projete cenários mais realistas. O que, acreditamos, ajuda fomentar conhecimento em prol da sustentabilidade da saúde suplementar.

Neste sentido, um estudo que pode dar pistas valiosas sobre o comportamento dos gastos com saúde frente ao envelhecimento da população é “Estimating the future health and aged care expenditure in Australia with changes in morbidity, apresentado na última edição do Boletim Científico com o título “Estimando o gasto futuro com saúde e cuidados com idosos na Austrália com mudanças na morbidade”.

De acordo com o estudo, a percepção de que o envelhecimento da população aumentará o custo dos serviços de saúde desafiando sua sustentabilidade, especialmente frente às mudanças nos padrões de morbidade, é justificável. Para chegar a essa conclusão, o trabalho estimou o efeito do envelhecimento na saúde total (público e privado) e no gasto com cuidados aos idosos na Austrália entre 2015 e 2035, utilizando um modelo de projeção demográfica simples para o número de pessoas em grupos etários mais velhos, juntamente com uma estimativa baseada nas necessidades de mudanças no custo público e privado do cuidado por pessoa em cada grupo ajustado para mudanças esperadas na morbidade.

O resultado foi um crescimento esperado de 3,33% ao ano nas despesas com saúde, que devem saltar de US$ 166 bilhões para US$ 320 bilhões. Um aumento de quase 100% no período. Ainda de acordo com o estudo, o gasto com saúde por pessoa idosa deve avançar de US$ 7,4 mil, em 2015, para US$ 9,6 mil em 2035.

Apesar do resultado, os autores do trabalho apontam que o envelhecimento terá um efeito menor do que outros fatores, como o equilíbrio – ou a falta dele – na relação entre oferta e demanda dos serviços de saúde.

Janeiro 2018
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Pesquisas, trabalhos e dados de utilização de serviços médicos são de grande importância para se pensar não só as especificidades de populações e suas características epidemiológicas, como também garantir o eficiente uso de recursos e direcionar melhor as políticas, ações e campanhas em benefício dos pacientes. Foi com este objetivo que realizamos no último ano a Análise Especial “Caracterização dos beneficiários de alto custo assistencial - Um estudo de caso”. O trabalho inédito mostrou que aproximadamente dois terços (66,5%) dos gastos assistenciais de uma operadora são consumidos no atendimento de apenas 5% dos beneficiários de um plano de saúde.

Em um esforço semelhante, o estudo Examining the high users of hospital resources: implications of a profile developed from Australia health insurance claims data (Examinando os principais usuários dos recursos hospitalares: implicações do perfil desenvolvido a partir de dados de seguros de saúde australianos), publicado na 21ª edição do Boletim Científico, destaca o perfil demográfico e as características clínicas dos pacientes do Medicare – sistema de saúde australiano.

Segundo a pesquisa, 1% dos pacientes internados de seguradoras privadas considerados de alto custo são idosos e responsáveis por grande parte da utilização total dos recursos – 13% dos custos totais e 21% do total de dias de internação das seguradoras.

Foram coletados dados de 13 seguradoras de saúde australianas, no período de 2009 a 2015 com base no número de admissões, dias de internação e valor pago por cada uma delas. As principais causas de internação desses indivíduos são saúde mental, diálise, reabilitação, farmacoterapia e neoplasias.

Como já apontamos, o sistema de saúde australiano tem grandes semelhanças com o brasileiro, que garante acesso universal aos serviços e a adesão ao seguro de saúde privado é voluntária. O governo da Austrália possui uma série de políticas que subsidiam os seguros de saúde e encorajam a adesão. Além disso, as seguradoras de saúde privadas podem oferecer serviços de controle de gerenciamento de doenças crônicas e outros serviços ambulatoriais com o objetivo de reduzir as internações e seus custos associados.

Setembro 2017
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O estudo “The impact of private hospital insurance on the utilization of hospital care in Australia” (“O impacto do seguro hospitalar privado na utilização de serviços hospitalares na Austrália”), publicado no 18º Boletim Científico, discute o impacto entre a obtenção de seguro privado e a utilização de serviços hospitalares na Austrália.

No final da década de 1990, o governo australiano inseriu uma série de políticas para aumentar a demanda por seguro de saúde privado com o objetivo de reduzir a pressão sobre o sistema de saúde público e ofertar mais opções aos consumidores.

De acordo com o estudo que analisou dados populacionais da National Health Survey de 2004 e 2005, apesar de a maior procura por planos de saúde resultar em menos pressão para o setor público, houve um aumento no total de internações. Em relação a quem não conta com um plano de saúde, a propensão de um beneficiário ser internado é 13 pontos porcentuais maior.