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Dezembro 2016
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Ao contrário dos planos médico-hospitalares, comentados aqui no Blog na terça, os planos exclusivamente odontológicos continuam atraído cada vez mais pessoas. De acordo com a última edição da NAB, já há 21,9 milhões de vínculos deste tipo no Brasil, um crescimento de 3,7% entre novembro deste ano e o mesmo mês de 2015. 

A região Sudeste apresenta maior crescimento de vínculos de planos exclusivamente odontológicos. Nos 12 meses encerrados em novembro, houve adesão de 169,8 mil beneficiários. O que representa alta de 1,4%. 

Apenas em São Paulo foram firmados 259,5 mil novos vínculos, alta de 3,6%. O resultado supera o total de novos beneficiários de todas as outras regiões do País somadas. Com isso, o Estado concentra 7,4 milhões de beneficiários de planos exclusivamente odontológicos, o que representa um terço dos 21,9 milhões de beneficiários no País. 

O resultado da região Sudeste só não foi mais expressivo porque no Rio de Janeiro foram rompidos 129,1 mil vínculos. Uma queda de 4,4%. Apesar de o Estado ainda concentrar o segundo maior número de beneficiários de planos exclusivamente odontológicos (2,8 milhões), a retração acende uma luz amarela.

A região Nordeste também tem se destacado, apresentando o maior crescimento porcentual desses planos. Foram 111,4 mil novos vínculos no período analisado, um impulso de 2,8%.

Julho 2016
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Enquanto as operadoras de planos médico-hospitalares estão perdendo beneficiários, as de planos exclusivamente odontológicos continuam a crescer. Na comparação entre junho de 2016 e o mesmo mês de 2015, houve expansão de 1,9%, ou 410,2 mil novos vínculos com planos exclusivamente odontológicos. No outro sentido, os planos médico-hospitalares apresentaram queda de 3,3% no total de beneficiários. O que significa menos 1,6 milhão de vínculos. Os números integram a Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), que apresentamos, aqui no Blog, nesta terça-feira (26/7).

O crescimento foi impulsionado, principalmente, pela contratação de planos junto a operadoras de Medicina de Grupo, que teve uma adesão de 371,3 mil vínculos. Alta de 10,3%. Deste total, 183,7 mil vínculos foram firmados apenas na região Nordeste do Brasil.

Considerando os planos exclusivamente odontológicos de todas as modalidades de operadoras (autogestão, cooperativa médica, cooperativa odontológica, filantrópica, medicina de grupo, odontologia de grupo e seguradoras especializadas em saúde), o Nordeste também foi a região com acréscimo de mais beneficiários: 121,5 mil (apesar do acréscimo de 183,7 mil vínculos com operadoras de medicina de grupo, foram rompidos 73,4 mil vínculos com operadoras de odontologia de grupo). 

Na contramão, a região Sudeste foi a com a única que apresentou decréscimo do total de vínculos. No total, 203.828 beneficiários deixaram de contar com planos exclusivamente odontológicos na região. Uma queda de 1,6%. O resultado só não foi pior porque, apesar do decréscimo de 313,3 mil vínculos com operadoras de odontologia de grupo, foram firmados 88,9 mil vínculos com operadoras de medicina de grupo e outros 43,7 mil com seguradoras especializadas em saúde.

No Brasil,  as seguradoras especializadas em saúde passaram a atender mais 25,4 mil beneficiários de planos exclusivamente odontológicos (elevação de 3,2%); as cooperativas médicas firmaram 6,4 mil novos vínculos (crescimento de 1,6%); e as cooperativas odontológicas, 16,1 mil (alta de 0,5%). Por outro lado, as filantrópicas perderam 4 mil beneficiários (queda de 3,7%); e as autogestões, 1,1 mil (redução de 1,3%). As operadoras de odontologia de grupo não tiveram variação no total de beneficiários.

Julho 2016
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Desde que anunciamos o VI Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar, aqui no Blog, passamos a apresentar alguns dos trabalhos vencedores das edições anteriores e prometemos, também, uma entrevista com cada um dos avaliadores da premiação. As entrevistas com o Dr. Alberto Ogata, avaliador da categoria Qualidade de Vida e Promoção da Saúde, e Luiz Felipe Conde, avaliador da categoria Direito, você já conferiu. Hoje, trazemos a entrevista do avaliador da categoria Economia: Antonio Carlos Coelho Campino.

Doutor em economia e professor titular da USP desde a década de 1970, Campino é, provavelmente, o maior nome em “Economia do Bem-Estar”, tendo desenvolvido trabalhos nas áreas de economia da saúde, avaliação de tecnologias em saúde, farmacoeconomia, sistemas de saúde comparados, equidade em saúde, custo do tratamento da Aids, economia da alimentação e nutrição, economia da educação e demografia econômica, entre outros.

Ansioso com o que espera encontrar nos trabalhos inscritos para a sexta edição do Prêmio IESS, Campino revelou a crescente dificuldade que tem sido avaliar os trabalhos inscritos, cada vez melhores, apontou alguns assuntos que podemos esperar ver nesta e nas próximas edições do Prêmio e explicou o que torna a premiação tão importante, para ele e para o setor.

Leia a entrevista abaixo e não deixe de inscrever, gratuitamente, até 15 de setembro, seu trabalho de conclusão de curso de pós-graduação (especialização, MBA, mestrado ou doutorado) com foco em saúde suplementar nas áreas de Economia, Direito e Promoção de Saúde e Qualidade de Vida. Veja o regulamento completo.

Os dois melhores de cada categoria receberão prêmios de R$ 10 mil e R$ 5 mil, respectivamente, além de certificados, que serão entregues em cerimônia de premiação em dezembro.

Blog do IESS – O que torna o Prêmio IESS tão importante?

Antonio Campino – O Prêmio IESS é a principal premiação da saúde suplementar e tem uma enorme importância acadêmica por ser capaz de estimular trabalhos em uma área que eu denomino de economia social, que é formada pelas especialidades de educação, nutrição e saúde e que, historicamente, atrai a dedicação de menos pesquisadores do que o setor financeiro. Sem dúvidas, a importância e o charme do Prêmio IESS estão ligados à visibilidade que ele dá aos vencedores.

Blog – O que é necessário para ganhar o Prêmio IESS?

Campino – O Prêmio agracia o que há de melhor na produção científica, mas só isso não basta. Para se sagrar vencedor, além da excelência técnica, um trabalho também deve ser relevante para aprimorar o setor e ter utilidade significativa para a sociedade.

Blog – Com isso em mente, o que o senhor espera dos trabalhos deste ano?

Campino – A qualidade dos trabalhos submetidos tem sido cada vez melhor, o que torna bastante difícil nossa tarefa de escolher os vencedores. Os melhores trabalhos costumam apresentar, além da revisão de assuntos importantes, evidências de que a implantação de algumas mudanças pode trazer vantagens tanto para os planos de saúde quanto para os pacientes. É o caso, por exemplo, do trabalho vencedor de 2015, que avaliou a produtividade de hospitais brasileiros e os ganhos que poderiam ser alcançados com a implantação do DRG (trabalho já apresentado aqui, no Blog).

Blog – Algum assunto específico que podemos esperar ver nos trabalhos deste e de próximos anos?

Campino – Podemos esperar temas como: as implicações das mudanças demográficas para a saúde suplementar; a adoção do DRG e outros modelos de remuneração; integração vertical da saúde suplementar; e outros ligados à organização industrial aplicados à saúde suplementar. Essa é uma área muito fértil para a pesquisa, com questões que têm a capacidade de proporcionar mudanças relevantes e aprimoramentos necessários na gestão do setor.

Julho 2016
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O diretor técnico da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV) e membro do Board of Directors do International Association of Worksite, Dr. Alberto Ogata, apresenta soluções e propostas para tornar a promoção da saúde rotina dentro de uma empresa. Ogata aponta que atitudes nesse sentido são boas para os colaboradores e também para a saúde econômico-financeira das organizações, já que empresas com investimentos em políticas de bem-estar e de promoção de saúde apresentaram crescimento cerca de 5% superior quando comparada a outras.

Segundo o executivo da ABQV, com a mensagem da promoção da saúde e de viver melhor dentro das empresas, é possível captar a atenção do trabalhador. O impacto destas políticas, explica, é sentido no sinistro dos planos de saúde e na queda da quantidade de afastamentos de funcionários. Assista a palestra na íntegra:

Dr. Alberto Ogata será um dos avaliadores do VI Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar. Estamos preparando uma entrevista sobre a premiação, na qual vamos conversar com ele sobre a importância da promoção da saúde para a saúde suplementar e quais as expectativas para os trabalhos vencedores da categoria. Pesquisadores, fiquem ligados e não deixem de inscrever, gratuitamente, até 15 de setembro, seu trabalho de conclusão de curso de pós-graduação (especialização, MBA, mestrado ou doutorado) com foco em saúde suplementar nas áreas de Economia, Direito e Promoção de Saúde e Qualidade de Vida. Veja o regulamento completo.

 Os dois melhores de cada categoria receberão prêmios de R$ 10 mil e R$ 5 mil, respectivamente, além de certificados, que serão entregues em cerimônia de premiação em dezembro.

Julho 2016
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IESSdata é uma plataforma dinâmica de dados que reúne, em um só lugar, diversos indicadores relevantes para a compreensão do setor de saúde suplementar no Brasil e o acompanhamento de sua evolução. A ferramenta é, também, importante aliada no desenvolvimento de pesquisas, uma vez que possibilita o cruzamento de dados da Variação do Custo Médico-Hospitalar (VCMH/IESS), total de beneficiários de planos de saúde no país por região e/ou tipo de vínculo, entre outros. Fica a dica para os pesquisadores do setor, inclusive os interessados em se inscrever no Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar.

É possível, ainda, cruzar informações do setor com dados econômicos importantes, como PIB, renda, inflação, nível de emprego e desemprego e juros. O IESSdata gera dados em gráficos e tabelas, que podem ser analisados online ou baixados no formato Excel. Tudo de forma simples, prática e rápida.

No vídeo, uma apresentação da plataforma e também o passo a passo para aproveitá-la ao máximo:

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Julho 2016
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Nas últimas semanas apresentamos, aqui no Blog, em duas postagens, um estudo sobre o impacto do envelhecimento no Brasil e o consequente aumento da frequência de uso de Exames, Consultas, Terapias e, especialmente, Internações. Ambos baseados no TD 57 – “Atualização das projeções para a saúde suplementar de gastos com saúde: envelhecimento populacional e os desafios para o sistema de saúde"

Como prometemos, agora, vamos abordar a questão do aumento das despesas assistenciais decorrentes das mudanças projetadas para a saúde suplementar até 2030. Os números impressionam e acendem um forte sinal de alerta: as despesas assistenciais das operadoras devem chegar a R$ 396,4 bilhões em 2030. Um avanço de 272,8% em relação aos R$ 106,3 bilhões, constatados em 2014. E a projeção ainda é considerada conservadora pelo estudo.

Apenas com Internações, os planos de saúde devem dispender R$ 260,3 bilhões. O montante é 331,7% superior aos R$ 60,3 bilhões gastos em 2014, e representam cerca de dois terços (66%) do total gasto com despesas assistenciais. Hoje, as Internações já respondem por 56% das despesas.

Os gastos que, proporcionalmente, mais devem crescer no período, contudo, são aqueles com Terapias. Em 2014, as despesas assistenciais com esse grupo de procedimentos somaram R$ 5,5 bilhões. Em 2030, este valor deve atingir R$ 54,7 bilhões, alta de 894,5%. Com isso, os gastos com terapia ultrapassariam aqueles com consultas e exames, se tornando a segunda maior despesa dos gastos assistenciais. 

 No mesmo período, os gastos com consultas saltariam de R$ 11,5 bilhões para R$ 19,3 bilhões, um aumento de 67,8%. E os gastos com exames cresceriam 64,1%, de R$ 20,6 bilhões para R$ 33,8 bilhões.As projeções não consideram nem a incorporação de novas tecnologias, nem o aumento da expectativa de vida da população e a maior exigência de cuidados de saúde que, naturalmente, surgiriam em decorrência desse incremento. Também não são projetados os efeitos da variação da frequência de utilização dos serviços e da taxa de cobertura ou do crescimento econômico, entre outras variáveis que influenciam os gastos com saúde. Por outro lado, igualmente não são projetadas alterações que possam reduzir os custos, como ganhos de escala ou eficiência. A projeção, considerada conservadora, mas realista, considerou apenas o envelhecimento da população e corrigiu o custo de Consultas, Exames, Terapias e Internações de acordo com o VCMH/IESS calculado com base na média de 2007 a 2015, que foi de 6,9%, já descontando a inflação de 6% medida pelo IPCA/IBGE.

Está claro que o mercado precisa se modernizar de modo que a escalada de custos e a mudança na utilização dos serviços, também geradas pelo envelhecimento populacional, não se tornem um risco à sustentabilidade do setor. As propostas que defendemos para evitar a concretização desse cenário envolvem o estabelecimento e publicidade de índices de qualidade de prestadores de serviços, estímulo à concorrência ao combater falhas de mercado (sobretudo assimetrias de informações de fornecedores de insumos médicos), modernização de modelos de pagamento de prestadores de serviços (premiando a eficiência e o desfecho clínico e punindo o desperdício), e análise técnica e transparente para adoção de novas tecnologias em saúde análise. Como já defendemos em posts anteriores.

Junho 2016
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Começa amanhã (14), o 3º Fórum a Saúde “A saúde em recessão”, uma série de debates promovidos pelo jornal Folha de S. Paulo, que vai reunir especialistas do setor para discutir como a crise econômica pode impactar o sistema de saúde no Brasil. Estaremos presentes, com a participação do nosso superintendente executivo, Luiz Augusto Carneiro, que participa da Mesa 1, que debaterá “A saúde financeira dos planos de saúde”.

Faremos cobertura do evento nas nossas redes sociais. Estaremos no FacebookTwitter e LinkedIn divulgando fotos, informações e vídeos para que nossos seguidores possam participar da conversa e contribuir com ideias e retóricas em tempo real.

 

Programação:

9h

Abertura: Alexandre Padilha, secretário municipal da Saúde de São Paulo e ex-ministro da Saúde

 

9h30

Mesa 1 - A saúde financeira dos planos de saúde

Paulo Furquim, coordenador do Centro de Estudos em Negócios do Insper, especialista em saúde suplementar

Mauricio Ceschin, presidente da Gama Saúde, do Grupo Qualicorp 

Luiz Augusto Carneiro, superintendente do Instituto de Estudos da Saúde Suplementar

 

10h20

Mesa 2 - É preciso repensar o modelo do SUS?

Antônio Britto, presidente-executivo da Interfarma

Lenir Santos, secretária de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde

Geraldo Biasoto Jr., professor do Instituto de Economia da Unicamp

Stênio Miranda, presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo

 

11h10

Coffee break

 

11h50

Mesa 3 – A atenção primária à saúde

Eugênio Vilaça Mendes, consultor internacional na área de saúde pública

Gustavo Gusso, professor de clínica geral da Faculdade de Medicina da USP

Edevard José de Araujo, diretor de Marketing e Desenvolvimento da Unimed do Brasil

 

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15/6 (quarta-feira)

 

9h

Abertura: David Uip, secretário estadual da Saúde de São Paulo

 

9h30

Mesa 4 - A judicialização da saúde

Deborah Ciocci, juíza do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

Solange Mendes, presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde)

Renata Vilhena Silva, advogada especialista em direito da saúde

 

10h20

Mesa 5 - Prevenção eficaz reduz custos

Renato Veras, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro especializado em gerontologia

Deborah Carvalho Malta, professora da Escola de Enfermagem da UFMG

João Bastos Freire Neto, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia

 

11h10 - Coffee break

 

11h50

Mesa 6 - Os custos de internação em hospitais particulares

Claudio Lottenberg, presidente do Hospital Albert Einstein

José Luiz Setúbal, provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

Francisco Balestrin, presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp)

 

12h40

Mesa 7 - Novos modelos de assistência e remuneração

Gonzalo Vecina Neto, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP

Martha Oliveira, diretora de desenvolvimento da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)

Walter Cintra Ferreira Júnior, coordenador da especialização em administração hospitalar e de sistemas de saúde da FGV-SP

 

Serviço:

3º Fórum a Saúde do Brasil: a Saúde em Tempo de Recessão

Local: Auditório Tucarena, na PUC-SP (r. Monte Alegre, 1.024, Perdizes, São Paulo)

14/6 (terça-feira)

Inscrições: http://eventos.folha.uol.com.br/ 

Junho 2016
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A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) propôs, recentemente, novos modelos assistenciais que consideram critérios de qualidade para estabelecer ajustes na remuneração por serviços de prestadores pagos pelas operadoras de saúde. Acreditamos que o debate precisa ser mais amplo e os modelos de remuneração de toda a cadeia produtiva da saúde precisam ser reavaliados e debatidos em profundidade.

 

No TD 54, mostramos que o DRG (sigla em inglês para Grupo de Diagnósticos Relacionados) pode contribuir para conter a escalada de custos da saúde no Brasil. Este modelo de remuneração já é aplicado com sucesso há décadas em países como Estados Unidos e Alemanha e também tem alcançado bons resultados em países que começam a implementá-lo agora. O caso da África do Sul, por exemplo, foi contado com detalhes pelo Dr. Sam Rossolimos, médico e membro do American College of Healthcare Executives, e por Etienne Dreyer, da PwC, no Seminário Internacional "A Sustentabilidade da Saúde Suplementar".

 

Cabe enfatizar que o DRG contempla a qualidade como um dos princípios de sua estrutura. Assim, é possível aferir a qualidade assistencial e buscar o melhor desfecho clínico, pois o modelo pune o desperdiço, não remunera reinternações e premia o prestador mais eficiente.

 

Já bastante debatido no setor, o DRG é um método de classificação dos pacientes hospitalares que leva em consideração os tipos de diagnóstico e o consumo de recursos, reunindo os pacientes clinicamente homogêneos em um mesmo grupo. A partir dessa classificação, os pagamentos dos serviços hospitalares são realizados. O DRG também é usado como padronização para criar referências (benchmarks) assistências. 

 

Iniciativas que busquem a melhoria da qualidade dos serviços são sempre bem-vindas. Mas, reforçamos, os modelos de remuneração da cadeia precisam ser revistos como um todo se quisermos conter o continuo aumento dos custos médico-hospitalares, que vem crescendo em ritmo quase duas vezes superior ao da inflação geral, medida pelo IPCA, como tem apontado o VCMH. Adotar critérios de qualidade, a partir da definição e divulgação de indicadores de performance, significa um profundo avanço da cadeia de saúde. E, nesse sentido, a iniciativa da ANS pode criar uma ótima oportunidade para esse tema ser debatido.c

Maio 2016
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Acompanhamos hoje (24), o “Encontro sobre os Novos Projetos da Diretoria de Desenvolvimento Setorial”, realizado pela ANS no Rio de Janeiro. Um dos debates mais importantes se desenvolveu no painel sobre o redesenho da prestação e da remuneração dos serviços na atenção ao idoso. Na oportunidade, foi lançado o projeto “Idoso bem cuidado”, que propõe uma nova abordagem à assistência ao idoso.

Esse é um tema importante e que temos apresentado diversos estudos e análises desde 2012. Já naquele ano, apresentamos, em evento em São Paulo, projeções sobre o impacto do envelhecimento na saúde suplementar, na saúde pública e na previdência. Também apresentamos, em 2013, um estudo analisando o impacto de forma integrada em todo o sistema de saúde. Ainda em 2013, divulgamos uma atualização das projeções de gastos com saúde por conta do envelhecimento e deveremos retomar esse tema nas próximas semanas.

Algumas das teses que defendemos desde 2012 começam, finalmente, a ganhar corpo no mercado brasileiro de saúde. Nas últimas semanas, o ministro Ricardo Barros, por exemplo, vinculou o debate do financiamento à saúde ao contexto de reequilíbrio de contas da Previdência Social. Essa análise de que saúde e previdência são indissociáveis, como forma de manter as contas públicas equacionadas em meio a um processo de mudança demográfica, é uma visão bastante madura sobre o tema. Possibilita, também, delinear qual pode ser, e como se financia, a saúde suplementar brasileira a partir do ciclo de envelhecimento populacional.

O que vimos também no debate da ANS, hoje, foi um alinhamento muito significativo às propostas que temos defendido para garantir a sustentabilidade econômica, financeira e assistencial da saúde suplementar. O projeto assistencial a idosos apresentado pela agência reguladora promete, entre outras iniciativas, desenvolver indicadores de qualidade de operadoras e, principalmente, prestadores de serviços não hospitalares. A nosso ver, em algum momento, os serviços hospitalares também farão parte da agenda de qualidade, o que inclui clínicas, laboratórios e fornecedores de insumos médicos.

Outro ponto amplamente defendido pelos debatedores envolveu a modernização dos modelos de remuneração de prestadores de serviços, reduzindo, principalmente, o peso do fee-for-service e evoluindo para métodos que premiam a eficiência, a resolução clínica e, principalmente, privilegiam a qualidade assistencial ao paciente, combatendo também o desperdício. Temos alertado sobre a importância do modelo DRG (Diagnosis Related Groups). No debate, mencionou-se a adoção do bundle payment e do pay-for-performance. Nos dois casos, isso envolveria a aplicação do DRG. Para saber mais sobre o DRG, leia o TD-54, que analisa custos e qualidade do DRG para serviços hospitalares, e as apresentações feitas pela PwC, em eventos do IESS, sobre a experiência internacional na aplicação do DRG e um estudo de caso da aplicação do método na África do Sul.

O modelo proposto pela ANS procura analisar a saúde do idoso de forma integral, com ênfase também no atendimento primário. Essa é uma abordagem muito interessante e que, quem sabe no futuro, poderia também ser sugerida não só para idosos, mas para todos os beneficiários.

Maio 2016
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O índice de Variação de Custos Médico-Hospitalares (VCMH), que produzimos desde 2007, acaba de bater um recorde preocupante: alta de 19,3% nos 12 meses encerrados em dezembro de 2015. Desde 2011, o índice cresce continuamente acima de dois dígitos. A se manter esse padrão, o futuro do setor de saúde suplementar corre realmente sério risco.

Parece claro que as operadoras e os contratantes dos planos não têm condições de continuar absorvendo a escalada de custos nessa magnitude. O aumento da inflação da saúde superior à inflação média da economia é um fenômeno mundial, mas, como temos demonstrado em diversos estudos, assume proporções amplamente superiores no Brasil.

Basicamente, o aumento dos custos se dá pelo processo de envelhecimento populacional e pela constante incorporação de novas tecnologias, sempre mais caras do que as anteriores. Isso também acontece no mercado brasileiro, mas, aqui, a situação se agrava por fatores estruturais.

Como temos dito, o sistema brasileiro de saúde se caracteriza por um conjunto grande de falhas de mercado, sobretudo por assimetria de informações, o que provoca distorções de preços e dificuldade de comparação de qualidade e preço. Isso acontece principalmente no segmento de materiais e medicamentos e foi um dos fatores-chave a elevar os custos das internações, apurado pelo VCMH/IESS, na ordem de 10,7% no período acumulado até dezembro de 2015.

Passou do momento de o mercado de saúde suplementar rediscutir o modelo de remuneração de serviços prestados e premiar a qualidade e a eficiência, deixando de absorver a ineficiência e o desperdício. Voltaremos ao tema.