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Fevereiro 2021
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Desde o início da pandemia, segundo balanço do consórcio de veículos de imprensa, o Brasil já contabilizou cerca de 10 milhões de casos e mais de 240 mil óbitos por Covid-19. Nos últimos dias, o aumento expressivo nas médias móveis diárias fez com que o setor tivesse que, novamente, se reinventar e reativar protocolos, rotinas e práticas, que foram criados, ainda no ano passado, para conter os avanços da doença.

Se você já leu nosso “Painel Odontológico entre 2014 e 2019” – disponível aqui – já sabe que em junho de 2020, o Conselho Federal de Odontologia (CFO), por meio da Resolução 226, regulamentou o exercício da profissão a distância e autorizou a prática do telemonitoramento e da teleorientação por um cirurgião-dentista em caráter de exceção.

Por envolver muita proximidade entre o paciente e o dentista, uma consulta odontológica acaba oferecendo alguns riscos à saúde tanto do profissional quanto da pessoa que está sendo atendida. Nesse período, a teleodontologia surge como uma novidade capaz de proporcionar qualidade e segurança, sem perder o foco no paciente e no atendimento a quem precisa.

Na prática, viu-se que essa inovação não deve ser realizada de forma indiscriminada, nem substitui a relação presencial dentista-paciente, mas permite ao profissional ter um primeiro contato; prestar a orientação sobre o que pode estar acontecendo; transmitir acolhimento e confiança; acompanhar o paciente em tratamento no intervalo entre consultas e, se necessário, realizar um questionário pré-clínico para encaminhá-lo no momento certo para o atendimento presencial, já lhe fornecendo os dados da clínica e antecipando a preparação para receber o caso. O novo formato restringe serviços como a realização de diagnósticos, a elaboração de planos de tratamentos e prescrições.

Assim como as já conhecidas consultas por telemedicina, essa ferramenta – algo difícil de imaginar em outros tempos – tem evitado deslocamentos desnecessários e exposição ao risco da contaminação, além de apresentar mais uma possibilidade versátil por meio da tecnologia.

Embora a resolução tenha caráter extraordinário e temporário, acredita-se que muitos profissionais continuem utilizando dessa nova forma de atendimento. Nós continuaremos avaliando os benefícios dessa e de outras inovações, a satisfação do paciente e seus impactos, para que novas práticas surjam como complemento do exercício da odontologia. Por isso, não deixe de nos acompanhar!

Ah, não custa lembrar, acesse aqui o Painel Odontológico entre 2014 e 2019 na íntegra.

Dezembro 2017
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Já dissemos em diferentes oportunidades como o avanço da tecnologia impacta diretamente nos serviços de saúde em todo o mundo. Mais do que tendência, as diferentes tecnologias empregadas na assistência já são uma realidade em diversos países para diferentes finalidades. Já falamos, por exemplo, da frequência, eficiência e economia no uso do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) nos Estados Unidos aqui ou ainda sobre como o recebimento de exames por meios digitais facilita a vida de pacientes, médicos e clínicas em outra publicação

O artigo “Cost savings from a teledentistry model for school dental screening: an Australian health system perspective” (Modelo de teleodontologia na triagem escolar como forma de redução dos gastos: uma perspectiva do Sistema de saúde na Austrália) publicado na 19º edição do Boletim Científico, busca avaliar os custos deste serviço nas escolas do país em relação ao modelo tradicional de assistência bucal oferecido hoje em dia. 

Para contextualizar, o Serviço Odontológico Escolar australiano fornece o atendimento odontológico gratuito ou de baixo custo para crianças em idade escolar. Entre 2013 e 2014, a despesa nacional total em cuidados dentários na Austrália aumentou de US$ 6 para US$ 9 bilhões, sendo 60% desses gastos estimados como despesa out-of-pocket (desembolso direto pelos indivíduos). 

O trabalho analisou os custos fixos e variáveis do tratamento num período de 12 meses dos dois modelos de triagem dentária para todas as crianças em escolas (2,7 milhões de crianças) de 5 a 14 anos. A análise de custo envolveu remuneração da equipe, o custo de deslocamento, custo de hospedagem, além do material utilizado.  

Como esperado, o estudo apontou uma redução significativa nos gastos com a aplicação de teleodontologia. O custo estimado foi de US$ 50 milhões, compreendendo custo fixo da educação em teleodontologia de US$ 1 milhão e os salários de pessoal (tele-técnicos, supervisores, bem como o suporte à tecnologia da informação), que somam os outros US$ 49 milhões. A redução de custos com salários nesse novo modelo foi de US$ 56 milhões e em relação às despesas com a viagem e material foram de US$ 16 milhões e US$ 14 milhões, respectivamente, uma redução anual de US$ 85 milhões no total. 

Esta é uma solução que pode ser aplicada não só no país do estudo, mas em âmbito global e também em outras áreas da saúde. A redução dos custos com viagem e hospedagem, além da melhora e do aprimoramento na verificação de exames e rapidez no encaminhamento para outros profissionais especializados, pode ser usada, por exemplo, em áreas rurais ou de difícil acesso. Essa redução de custos garante a possibilidade de investimento em outras áreas da saúde.