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Fevereiro 2022
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Indicador apurado pelo IESS foi influenciado por queda acentuada nas despesas no primeiro trimestre da pandemia

 

A Variação de Custos Médico-Hospitalares (VCMH) foi de 18,2% para o período de 12 meses, encerrados em junho de 2021, comparada com os doze meses encerrados em junho de 2020. Isto significa que as despesas as operadoras pagaram aos prestadores pelo atendimento a seus beneficiários nos doze meses de julho de 2020 a junho de 2021 foi 18,2% mais alto do que nos doze meses entre julho 2019 e junho de 2020, que havia sido 2,1%. O índice apurado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) para planos individuais ou familiares se revelou superior à inflação de preços medida pelo IPCA/IBGE – que foi de 8,4% para o mesmo período.

A VCHM/IESS considera preços unitários dos produtos e serviços utilizados por seus beneficiários pagos pelas operadoras de planos de saúde e, também, o volume de utilização desses itens pelos beneficiários em atendimentos médico-hospitalares.

Nos doze meses até fevereiro de 2021, as despesas haviam caído 1,7% (VCMH negativa em 1,7%). Esse resultado refletia a opção de muitos beneficiários em adiar consultas e procedimentos eletivos devido à pandemia de Covid-19, especialmente no segundo trimestre de 2020. Esse efeito que então estava nos doze meses mais recentes, no cálculo atual passou para os doze meses anteriores (sempre lembrando que a VCMH mede a variação das despesas per capita de doze meses com os doze meses anteriores). A VCMH de junho de 2021 abrange o período de retomada, ainda que parcial, dos procedimentos eletivos adiados e de intensificação da pandemia. Os maiores aumentos nas despesas per capita na VCMH de junho de 2021 aconteceram em Outros Serviços Ambulatoriais (OSA) (+23,3%), Exames (20,8%) e Internações (20%).

Cabe destacar que a VCMH negativa entre junho de 2020 e março de 2021 (diminuição das despesas per capita) se deveu essencialmente à redução da frequência com que os beneficiários procuraram os serviços de assistência à saúde – a frequência caiu em todos os grupos de procedimentos desde o início da pandemia e até fevereiro de 2021. Já o custo médio unitário continuou crescente em todos esses grupos de procedimentos, exceto em exames. A VCMH de junho de 2021 foi positiva em todos os grupos de procedimentos, com exceção de Consultas. Estas tiveram queda na frequência (-4,6%), mas aumento no preço médio (1,8%), resultando em queda na despesa per capita (-2,9%).

À vista deste comportamento, pode-se esperar um aumento ainda maior para o próximo cálculo da VCMH, relativa a setembro de 2021, pela simples razão de que entrará na apuração um trimestre (terceiro de 2021) de despesas mais altas do que as do terceiro trimestre de 2020, que se desloca para os doze meses anteriores.

O superintendente executivo do IESS, José Cechin, indica que houve uma retomada do crescimento do indicador em março de 2021, após oito meses de variação negativa. “Nesse período, podemos destacar que a VCMH do item Terapias permaneceu sempre positiva, indicando que as despesas per capita com essa forma de assistência cresceram continuamente. Também é importante apontar que a VCMH com Internações e OSA foram negativas por períodos curtos enquanto a variação do custo unitário médio com esses itens continuou crescendo”, explica.

O índice é uma média ponderada por padrão de plano (básico, intermediário, superior e executivo), o que possibilita a mensuração mais exata da variação do custo médico-hospitalar. Com isso, eliminam-se boa parte das variações que decorrem de mudanças na composição dos planos, que nada teriam a ver com variação de despesas.  A amostra utilizada no cálculo foi de 704,9 mil beneficiários em junho de 2021. A metodologia é reconhecida internacionalmente e aplicada na construção de índices de variação de custo per capita em saúde nos Estados Unidos, como o S&P Healthcare Economic Composite e Milliman Medical Index.

A íntegra do VCMH pode ser acessada no portal do IESS.

Sobre o IESS

O Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) é uma entidade sem fins lucrativos com o objetivo de promover e realizar estudos sobre saúde suplementar baseados em aspectos conceituais e técnicos que colaboram para a implementação de políticas e para a introdução de melhores práticas. O Instituto busca preparar o Brasil para enfrentar os desafios do financiamento à saúde, como também para aproveitar as imensas oportunidades e avanços no setor em benefício de todos que colaboram com a promoção da saúde e de todos os cidadãos. O IESS é uma referência nacional em estudos de saúde suplementar pela excelência técnica e independência, pela produção de estatísticas, propostas de políticas e a promoção de debates que levem à sustentabilidade da saúde suplementar.

 

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Agosto 2021
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Indicador apurado pelo IESS captura comportamento de beneficiários durante a pandemia da Covid-19. Terapias e consultas registraram crescimento

 Os efeitos da pandemia do coronavírus tiveram reflexo na Variação dos Custos Médico-Hospitalares (VCMH) no ano de 2020. O índice, apurado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), foi negativo em 1,9%, indicando queda em valores pagos pelas operadoras de planos de saúde individuais, quando comparados aos 12 meses anteriores. Em 2019, o índice havia registrado alta de 14,5%. O VCHM/IESS considera preços unitários por produtos e serviços pagos pelas operadoras de planos de saúde e, também, o volume de utilização desses itens pelos beneficiários em atendimentos médico-hospitalares. 

A queda de 1,9% de 2020 se mostra menor do que a redução de 8,19% concedida pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) às mensalidades dos planos individuais para aplicação no período de maio de 2021 a abril de 2022, retroativamente ao período de 2020, conforme regra do órgão regulador. Historicamente, o VCMH/IESS é um indicador de referência usado pelo mercado de saúde suplementar para parametrizar expectativas de ajuste das mensalidades de planos de saúde individuais. 

Em termos comparativos, a inflação de preços medida pelo IPCA/IBGE de 2019 para 2020 foi de 4,5%. O principal fator responsável pelo indicador negativo da saúde foi o adiamento de diversos procedimentos médicos por receio dos pacientes em se contaminarem com Covid-19 nos ambientes hospitalares, sobretudo em cirurgias eletivas e consultas. 

A estrutura dos custos do VCMH/IESS é a seguinte: Internações (62%), Terapias (14%), Exames Complementares (10%), Consultas (7%), e Outros Serviços Ambulatoriais – OSA (7%). Vale reforçar que o indicador VCMH é uma medida da variação do custo médico-hospitalar per capita apurada pelo IESS e incorrido pelas operadoras de planos e seguros de saúde com a assistência a seus beneficiários. A variação do custo médico-hospitalar é calculada considerando-se o custo médio por exposto em um período de 12 meses em relação às despesas médias dos 12meses imediatamente anteriores. Impactaram para a queda as consultas (-27,9%), os exames (-17,0%) e outros serviços ambulatoriais (-0,3%). Terapias registraram crescimento de 7,6% e, internações, de 0,8%. 

O superintendente executivo do IESS, José Cechin, explica que em 2020 o VCMH/IESS captou o “comportamento atípico” provocado pela pandemia. “Mesmo com o valor negativo, o último trimestre de 2020 indicou tendência de alta. Em setembro, a variação estava em -3%, passando para -2,7%, em novembro, e alcançando -1,9% em dezembro de 2020. Embora para algumas enfermidades não devessem, por receio de contaminação da Covid-19, muitos beneficiários postergaram cirurgias e consultas. Parcialmente, isso foi compensado pelo uso da telemedicina. Mas, o fato é que esse represamento já apresenta um crescimento grande de demanda de serviços de saúde nesse ano de 2021”, explica. “A expectativa é de que 2021 registre um VCMH elevado por conta da retomada dos procedimentos”, projeta.

O índice é uma média ponderada por padrão de plano (básico, intermediário, superior e executivo), o que possibilita a mensuração mais exata da variação do custo médico-hospitalar. Com isso, eliminam-se boa parte das variações que decorrem de mudanças na composição dos planos, que nada teriam a ver com variação de despesas.  A amostra utilizada no cálculo foi de 734,2 mil beneficiários em dezembro de 2020. A metodologia é reconhecida internacionalmente e aplicada na construção de índices de variação de custo per capita em saúde nos Estados Unidos, como o S&P Healthcare Economic Composite e Milliman Medical Index. 

Sobre o IESS

O Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) é uma entidade sem fins lucrativos com o objetivo de promover e realizar estudos sobre saúde suplementar baseados em aspectos conceituais e técnicos que colaboram para a implementação de políticas e para a introdução de melhores práticas. O Instituto busca preparar o Brasil para enfrentar os desafios do financiamento à saúde, como também para aproveitar as imensas oportunidades e avanços no setor em benefício de todos que colaboram com a promoção da saúde e de todos os cidadãos. O IESS é uma referência nacional em estudos de saúde suplementar pela excelência técnica e independência, pela produção de estatísticas, propostas de políticas e a promoção de debates que levem à sustentabilidade da saúde suplementar.

 

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Os efeitos da pandemia do coronavírus tiveram reflexo na Variação dos Custos Médico-Hospitalares (VCMH) no ano de 2020. O índice, apurado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), foi negativo em 1,9%, indicando queda nos custos pagos pelas operadoras de planos de saúde individuais, quando comparados aos 12 meses anteriores. Em 2019, o índice havia registrado alta de 14,5%.

Janeiro 2020
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O Brasil encerrou 2010 com saldo positivo de 2,2 milhões de empregos formais e se manteve “no azul” até 2014. No entanto, nos 3 anos seguintes, de 2015 a 2017, a economia entrou em estagnação e, depois, em recessão. Resultando em desemprego para mais de 13 milhões de pessoas. Apenas em 2017, foram encerrados 11,9 mil postos de trabalhos formais. Os dados integram o Relatório de Conta Satélite de Saúde, divulgado este mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

O documento destaca que no 1° trimestre de 2017 a taxa de desocupação atingiu o recorde histórico de 13,7%. Naquele ano, a economia como um todo registrou retração de 0,3% no total de postos de trabalho. Contudo, como mostra nosso relatório de emprego na cadeia produtiva da saúde, o total de vagas formais no setor cresceu 3,4%. 

A publicação também aponta que o sistema de saúde figura como importante parte da economia brasileira, sendo que as despesas com essa área representaram 9,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017, com o setor privado respondendo por 55% desse total e o público por 45%. Os números mais atuais podem ser conferidos aqui.

 

Gastos totais em saúde do público e privado em 2017 (%)

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Fonte: IBGE Elaboração: IESS

 

Outro indicativo importante a ser considerado é o de valor adicionado bruto (medida de geração de renda em cada atividade econômica). Em 2010, as atividades de saúde responderam por R$ 202,3 bilhões, o que representa 6,1% no total da economia. Já em 2017, esse total avançou para R$ 429, 2 bilhões, o que equivale a 7,6% do total da economia naquele ano. A principal responsável por este aumento foi a atividade de saúde privada, que passou de 2,1% do valor adicionado bruto total da economia, em 2010, para 3% em 2017.

No período de 2010 a 2017, a participação das despesas de saúde no PIB aumentou de 8,0% para 9,2%. Ou seja, cresceram mesmo em um período de recessão da economia, como pode ser notado no gráfico abaixo.

 

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Entre 2014 e 2016, a variação em volume do consumo final de bens e serviços de saúde das famílias superou a de bens e serviços “não saúde”, indicando claramente que, na crise, as famílias reduziram o consumo de outros itens para manter seus cuidados com a saúde, especialmente os planos médico-hospitalares. Este comportamento também foi identificado na última edição da pesquisa IBOPE/IESS, que aponta o plano de saúde como o 3° item mais desejado pelos brasileiros, após educação e casa própria. 

Em 2017, 66,8% do total das despesas das famílias com saúde se destinaram para pagar serviços privados, o que inclui integralmente os gastos com planos médico-hospitalares e odontológicos, inclusive aqueles pagos pelos empregadores. No mesmo ano, as famílias responderam por 73,3% do gasto total com medicamentos no País. 

 

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É importante perceber que no período analisado houve aumento tanto dos preços quanto do volume de utilização de bens e serviços de saúde, ainda que o levantamento indique uma desaceleração no ritmo em que os preços e a utilização desses serviços progrediu a partir de 2014, com o início da recessão econômica. O único ponto realmente “fora da curva” foi a utilização dos serviços de saúde em 2016, que recuou 1,5% em relação ao ano anterior. O movimento pode ser notado no gráfico abaixo e reforça nossa percepção de que os gastos com saúde são os que as pessoas mais se esforçam para não cortar em momentos de crise e o primeiro a ser retomado quando a situação econômica começa dar sinais de melhora.

 

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De modo geral, o relatório de Conta Satélite de Saúde reforça algo que costumamos apontar, a grande importância do sistema de saúde na economia brasileira. Além disso, olhando os números da publicação ou os levantamentos mais recentes que temos divulgado, fica claro que o setor tem enfrentado o desafio de conviver com aumento dos custos ao longo dos anos (em função de incorporação de tecnologia, envelhecimento populacional, desperdícios relacionados ao modelo de remuneração etc.). O que causa grande impacto no governo, nas famílias e entidades. Apenas entre 2010 e 2017, a variação dos custos médico-hospitalares aferida pelo VCMH/IESS acelerou de 7,6% para 16,5%. 

Para desacelerar este avanço dos custos e garantir que as despesas com saúde não se tornem um peso insuportável para as famílias e empresas, é cada vez mais necessário repensar políticas de saúde adequadas tanto para o sistema público quanto privado. Não o fazer, pode vir a comprometer a sustentabilidade financeira do setor e, consequentemente, afetar negativamente toda a economia do País.

Julho 2019
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O teto do reajuste para planos individuais mal saiu e já tem gente o comparando ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no País. Contudo, queremos lembrar que essa não é uma análise adequada.  

Isso porque o reajuste vem para equilibrar a variação de custos médico-hospitalares (VCMH) e, embora entendamos que a comparação entre VCMH e IPCA tem o propósito de avaliar as variações do peso dos planos de saúde nos orçamentos domésticos, é inadequada, uma vez que os indicadores são incomensuráveis. 

Com o intuito de evitar que essa visão continue predominando, lançamos a “Nota sobre a Variação dos Custos Médico-Hospitalares (VCMH)”, que explica como é calculado o índice e aponta suas diferenças para os indicadores que medem a inflação no País, como o IPCA ou o Índice Geral de Preços (IGP), entre outros. 

Para começar, o cálculo da inflação é feito a partir da aferição da variação dos preços de uma determinada cesta de itens. O que é importante, por exemplo, para detectar a flutuação de preços de combustíveis e alimentos. Na saúde, entretanto, mais do que a variação de preços de materiais (como gazes, seringas etc.) ou procedimentos (como consultas, internações etc.), é fundamental aferir também a frequência de utilização dos serviços. 

Isso porque a variação da despesa somente seria igual à dos preços (inflação) se não houvesse oscilação da frequência. O que não tende a acontecer.  

Vale lembrar, mesmo com a redução de beneficiários nos últimos anos, temos visto um aumento expressivo de uso de serviços médicos. Entre 2017 e 2018, tivemos uma leve variação de 0,3% no total de beneficiários, mas a quantidade de procedimentos realizados saltou 5,4%, chegando a 1,4 bilhão. Ao analisar períodos mais longos, o aumento é ainda mais claro: entre 2007 e 2018, por exemplo, a realização de exames avançou 26,4%; de consultas, 21%; e de terapias, 76,2%.  

Há uma série de fatores que influenciam a frequência de uso desses serviços e que devem continuar a impulsionar a VCMH. Entre os principais, destacam-se o envelhecimento – que abordamos aqui – e a incorporação de novas tecnologias. Os desperdícios ainda pesam nos custos – tratado aqui – e a judicialização da saúde – aqui.  

O documento ainda reforça que  a VCMH não pode ser comparada nem mesmo ao IPCA Saúde, componente do IPCA que mede a variação de preços de itens classificados como “saúde e cuidados pessoais” na cesta de serviços aferida pelo IBGE: materiais e medicamentos, exames laboratoriais, honorários médicos, taxas e diárias hospitalares, planos de saúde, produtos de higiene e limpeza etc. Isso porque esse índice, como todos os indicadores de inflação de preços, não considera a variação da frequência de utilização. 

Vamos deixar mais claro: em um cenário em que as pessoas faziam 4 consultas ao custo de R$ 100 cada no ano 1 e passaram a fazer 5 consultas ao custo de R$90 cada no ano 2, o IPCA Saúde captaria uma deflação de 10%, enquanto  a VCMH indicaria um avanço de 12,5%, resultante do gasto per capita ter subido de R$400/ano para R$ 450/ano. 

Esperar que o setor passe a ter reajustes em linha com o IPCA ou qualquer indicador de inflação, sem considerar o peso da variação da frequência de uso, é uma receita que compromete a sustentabilidade econômico-financeira da saúde suplementar. 

Dezembro 2018
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Conforme divulgado hoje na coluna Mercado Aberto, assinada por Maria Cristina Frias na Folha de S. Paulo, o gasto de planos de saúde com consultas, exames e procedimentos deverá chegar a R$ 170 bilhões em 2018, 8,7% a mais que no ano passado. Os dados são da Associação Brasileira de Planos de Saúde (ABRAMGE).

Segundo Marcos Novais, economista da entidade, a marca de R$ 150 bilhões foi atingida em 19 de novembro, 27 dias antes do registrado em 2017. Conforme alertamos periodicamente, o avanço nos custos da saúde suplementar do Brasil se dá sob um grande volume de falhas de mercado, como de assimetria de informações na cadeia que compromete comparações e concorrência e não confere clareza nos critérios de formação de preços de insumos como materiais e medicamentos. A adoção de novas tecnologias sem a exigência de estudos de custo-efetividade e análise do sistema em absorver esse incremento de despesas é outro fator de pressão de custos.

“Múltiplos fatores contribuem para essa alta nos gastos. Há um efeito da incorporação de novas tecnologias, dos desperdícios, das fraudes e da expansão da rede”, apontou Novais. “O setor não tem ferramentas para inverter essa tendência de crescimento ainda, então, a evolução dos custos deverá ser mais acelerada no ano que vem”, conclui.

Vale lembrar que recentemente divulgamos a atualização do Índice de Variação do Custo Médico-Hospitalar (VCMH) que registrou alta de 16,9% nos 12 meses encerrados em março de 2018. como tem ocorrido nos últimos anos e ao longo da série histórica do índice, o crescimento foi muito superior à oscilação da inflação geral do País, medida pelo IPCA, que registrou aumento de 2,7% no mesmo período.

Outro ponto importante decorre do fato de o Brasil passar por um processo de transição demográfica, com a maior participação de idosos no total da população, o que impacta diretamente na demanda de serviços de saúde, em especial de internações. A faixa etária de idosos é a que mais cresce no mercado brasileiro de saúde suplementar.

Confira a coluna Mercado Aberto na íntegra aqui.

Outubro 2018
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Conforme divulgamos ontem, a atualização do Índice de Variação do Custo Médico-Hospitalar (VCMH) registrou alta de 16,9% nos 12 meses encerrados em março de 2018. Como temos mostrado nos últimos anos, o crescimento foi muito superior à oscilação da inflação geral do País, medida pelo IPCA, que registrou aumento de 2,7% no mesmo período.

Um dos fatores fundamentais no aumento dos custos é justamente a adoção de novas tecnologias sem a exigência de estudos de custo-efetividade e análise do sistema em absorver esse incremento de despesas. Essas novas tecnologias têm sido aprovadas pelos órgãos reguladores sem uma análise mais detalhada de custo-efetividade. 

Diferente de outros países, a saúde suplementar não dispõe de requisitos técnicos que definam critérios claros para o ingresso de uma nova tecnologia, diferentemente do que ocorre no SUS, que conta com a avaliação da Conitec. Esse tema já foi debatido aqui por meio de evento realizado no último ano.

A análise do índice VCMH é fundamental para a compreensão dos fatores que têm influência direta na variação de custo e nos reajustes de planos para que se consiga pensar ferramentas para garantir a sustentabilidade do setor. 

Sendo assim, o resultado do índice VCMH preocupa. Mesmo com a forte saída de pessoas das carteiras dos planos de saúde nos últimos anos, os custos continuam batendo recordes. Portanto, é importante compreender que diversos vetores são consequência do modelo atual do sistema no país e suas deficiências estruturais. Operadoras, prestadores de serviços de saúde, governo e beneficiários precisam debater a modernização do sistema para garantir seu equilíbrio econômico, financeiro e assistencial. 

Ignorar essa necessidade é assumir o risco de comprometer a sustentabilidade do setor, o que prejudicaria não só os beneficiários de planos de saúde, mas todos os brasileiros, já que estaríamos acrescentando parcela significativa dos mais de 47 milhões de pessoas as já longas filas do SUS.

No Brasil, o VCMH do IESS é o único índice do setor disponibilizado ao público, calculado de forma consistente há mais de dez anos, com base numa amostra de aproximadamente 10% do total de beneficiários de planos individuais e familiares de todas as regiões do país. 

Você pode conferir o material detalhado aqui.

Outubro 2018
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Acabamos de divulgar a atualização do Índice de Variação do Custo Médico-Hospitalar (VCMH) que registrou alta de 16,9% nos 12 meses encerrados em março de 2018. Assim como tem ocorrido nos últimos anos e ao longo da série histórica do índice, o crescimento foi muito superior à oscilação da inflação geral do País, medida pelo IPCA, que registrou aumento de 2,7% no mesmo período. 

Houve menor intensidade de aumento do VCMH/IESS no período analisado em relação ao mesmo período de 2017, quando a alta foi de 19,4%. A principal hipótese para explicar o comportamento do indicador está no esforço das operadoras de planos de saúde em promover programas de atenção primária e promoção da saúde aos beneficiários, incorrendo em redução de custos. Além disso, o setor de saúde suplementar pode estar apresentando indícios de melhoria a partir da aplicação de novos modelos de pagamento para a prestação de serviços de saúde, na busca por eficiência.

O aumento do índice VCMH foi impulsionado, principalmente, pelos itens de despesas de Internação e de Terapias. Apesar do item “Outros Serviços Ambulatoriais” ter apresentado a maior variação proporcional, de 27,4%, seguido por Terapias, cujo índice foi de 26,6%, esses dois itens ainda representam um peso menor na composição total das despesas. As internações, item que compõe a maior parte da variação de custo, com 61%, teve aumento de 16,7%. Consultas e Exames tiveram variação de 9,5% e 10,1%, respectivamente.

O avanço nos custos da saúde suplementar do Brasil se dá sob um grande volume de falhas de mercado, como de assimetria de informações na cadeia que compromete comparações e concorrência e não confere clareza nos critérios de formação de preços de insumos como materiais e medicamentos. A adoção de novas tecnologias sem a exigência de estudos de custo-efetividade e análise do sistema em absorver esse incremento de despesas é outro fator de pressão de custos.

Outro ponto importante decorre do fato de o Brasil passar por um processo de transição demográfica, com a maior participação de idosos no total da população, o que impacta diretamente na demanda de serviços de saúde, em especial de internações. Note-se que a faixa etária de idosos é a que mais cresce no mercado brasileiro de saúde suplementar. 

No Brasil, o VCMH do IESS é o único índice do setor disponibilizado ao público, calculado de forma consistente há mais de dez anos, com base numa amostra de aproximadamente 10% do total de beneficiários de planos individuais e familiares de todas as regiões do país. 

Continuaremos apresentando detalhes do índice nos próximos dias. Continue acompanhando.