A saúde mental, definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o “estado de bem-estar em que o indivíduo está ciente de suas próprias habilidades, pode enfrentar as tensões normais da vida, pode trabalhar de forma produtiva e frutífera e é capaz de contribuir com a sua comunidade", tem ganhado cada vez mais espaço nos debates do setor de saúde suplementar e na sociedade de forma geral.
Na última semana, aqui no blog, falamos um pouco sobre as doenças mentais e como elas abrangem um espectro amplo de transtornos com fontes diversas, desde aquelas com origem genética, como a Síndrome de Down, até aquelas desenvolvidas em consequência de fatores socioculturais, cenário político-econômico e fatores ambientais – ou seja, doenças desencadeadas em função do ambiente em que o indivíduo convive.
Nesse cenário, uma das frentes mais importantes a ser considerada é a profissional. Especialmente se consideramos que o brasileiro passa pouco mais de 1/3 de seus dias úteis (de segunda-feira a sexta-feira) trabalhando – de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), somos um dos países em que mais se trabalha no mundo: são 44 horas semanais contra 40 horas nos EUA, 38 horas na Austrália e 35 horas na França. Para ver quantas horas semanais são trabalhadas em cada País, confira o mapa interativo (abaixo) feito pelo repórter Felipe Germano para a Super Interessante.
Alcançar equilíbrio entre produtividade e gestão da saúde é um grande desafio. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão e a ansiedade geram, atualmente, US$ 1 bilhão em perda de produtividade por ano à economia global e o montante tende a avançar, já que, em 2020, a depressão deve assumir o segundo lugar no ranking de doenças incapacitantes, atrás apenas de problemas cardiovasculares. Além disso, a entidade aponta que pessoas com doenças mentais estão mais suscetíveis ao desenvolvimento de doenças crônicas e vice-versa.
Até por isso, as doenças mentais já figuram como o terceiro fator de risco à saúde das pessoas, segundo o Relatório Global de Tendências Médicas que a Mercer Marsh acabou de publicar. Os dois primeiros são problemas metabólicos/cardiovasculares e questões ligadas à alimentação.
A pesquisa alerta que ainda há problemas para a captura precisa de dados sobre o assunto devido ao preconceito e barreiras culturais. Alguns estudos, contudo, começam a trazer luz para o assunto e indicar uma realidade que precisa ser analisada com mais atenção. Uma pesquisa em Hong Kong, por exemplo, indica que 37% da força de trabalho local teve/têm problemas relacionados à saúde mental. Os números estão em linha com o levantamento da própria Mercer no Reino Unido, que aponta que 1 a cada 3 trabalhadores já foi diagnosticado com uma doença mental.
Entre os fatores que podem incentivar o desenvolvimento de problemas mentais no trabalho estão assédio (moral, laboral e sexual), estresse, instabilidade econômica e sedentarismo.
O relatório da Mercer ainda aponta que os empregadores estão, paulatinamente, se tornando mais conscientes e preocupados em oferecer apoio e implementar políticas de promoção de saúde para evitar o desenvolvimento destes problemas. Nesse sentido, recomendamos rever a apresentação sobre “Programas de promoção da saúde que funcionam nas empresas”, feita por Alberto Ogata, avaliador do Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar na categoria Promoção da Saúde, Qualidade de Vida e Gestão em Saúde, durante o 3º Seminário IESS de Promoção de Saúde nas Empresas.
E, claro, se você tem um trabalho nessa linha de pesquisa, não deixe de inscrevê-lo no IX Prêmio IESS. Conheça o regulamento.
A saúde suplementar traduzida em dados de forma simples e prática
Infográficos didáticos explicam como funciona a saúde suplementar no país