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Setembro 2020
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Os índices de excesso de peso e obesidade no Brasil são crescentes e alarmantes. É o que mostra o Estudo Especial “Evolução dos fatores de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis entre beneficiários de planos de saúde (2008 – 2018)”, que acabamos de publicar. A publicação é baseada nos dados de beneficiários residentes das capitais dos estados brasileiros entre o período assinalado com base no Vigitel Saúde Suplementar 2018, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

A proporção de adultos com excesso de peso aumentou de 46,5% em 2008 para 56,3% em 2018, com variação anual média de 0,85 pp. Isso significa que quase três a cada cinco entrevistados com planos de saúde estavam com excesso de peso em 2018. Em relação à obesidade, o percentual foi de 12,5% para 19,6% no mesmo intervalo de tempo, um aumento de 56,8%. 

Esse aumento dos dois índices está diretamente relacionado com o avanço de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e hipertensão, além de alguns tipos de câncer, o que afeta diretamente não só a saúde dos brasileiros, mas os sistemas de saúde e as operadoras de planos. 

Para se ter uma ideia, a publicação mostra que os homens possuem uma frequência de sobrepeso maior do que as mulheres. No entanto, a variação anual média tem sido maior nas mulheres (1,04 pp) em relação aos homens (0,63 pp). Para elas, a frequência de excesso de peso saltou de 38,6% em 2008 para 50,8% em 2018.

Já a frequência de adultos obesos com planos de saúde aumentou 56,8% entre 2008 e 2018, de 12,5% para 19,6%. O estudo estima que o número de beneficiários obesos passou de 1,7 milhão em 2008 para 2,9 milhões em 2018 com maior frequência entre os homens. A prevalência, entretanto, está crescendo entre as mulheres de forma mais acentuada. No período analisado foi de 11,2% para 18,9%, um aumento de 68,8% em 10 anos. Enquanto os homens passaram de 14,2% para 20,5% no mesmo período (crescimento de 44,4%).

A extensa pesquisa ainda traz dados sobre os beneficiários fumantes, com diabetes, nível de atividade física, consumo de produtos industrializados, entre outros. Os resultados reforçam a importância de dar prioridade às políticas de promoção da saúde e prevenção de doenças por parte das operadoras de planos de saúde.

Foram realizadas entrevistas com 52.395 adultos acima de 18 anos entre os meses de janeiro e dezembro de 2018 em todas as capitais e no Distrito Federal. O Vigitel Saúde Suplementar 2018 utiliza uma subamostra com 28.611 entrevistados que referiram possuir plano de saúde (ou seja, 55% da população entrevistada). 

Seguiremos apresentando mais dados nos próximos dias. Acesse aqui o estudo na íntegra. 

Setembro 2020
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Embora ainda seja a base da dieta dos brasileiros, o arroz e o feijão estão perdendo espaço no prato da população brasileira. Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018: Análise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil, divulgada pelo IBGE recentemente, na análise do percentual de pessoas que consumiram os alimentos nas 24 horas anteriores à entrevista, o consumo do feijão variou de 72,8% para 60% entre 2008 e 2018, enquanto a frequência de consumo do arroz variou de 84% para 76,1% e as preparações à base de arroz variaram de 1,4% para 2,8%.

As famílias com renda mais baixa consomem mais arroz, feijão, pão francês, farinha de mandioca, milho e peixes frescos do que aquelas com renda mais alta. Por outro lado, os produtos industrializados, que têm valor de mercado maior, são mais encontrados nas famílias de rendimento per capita mais alto.

Os mais jovens consomem mais os alimentos ultraprocessados, como os salgadinhos, salsicha e refrigerantes. No recorte por gênero, a POF aponta que as mulheres comem mais verduras, legumes e frutas do que os homens. Bolos, biscoitos, doces, leites e derivados também estão mais presentes na rotina das brasileiras. Ainda segundo a publicação, pessoas do gênero masculino consomem mais quase todos os outros alimentos e bebem o triplo de cerveja do que elas. 

A POF também indica que nos últimos dez anos os brasileiros ingeriram menos gorduras saturadas e consumiram menos fibras. A média do consumo de fibras passou de 20,5g em 2008 para 15,6% em 2018, o que pode corresponder à queda no consumo de feijão.

Apesar da redução na frequência de consumo, o estudo também aponta que o arroz e o feijão seguem entre os alimentos mais consumidos entre os brasileiros – considerando o consumo diário per capita, os destaques são o café (163,2 g/dia), o feijão (142,2 g/dia), o arroz (131,4 g/dia), sucos (124,5 g/dia) e refrigerantes (67,1 g/dia).

A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018: Análise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil considera como frequência de consumo o percentual da população com 10 anos ou mais de idade que afirmou ter consumido um determinado alimento nas 24 horas que antecedem a entrevista. Já o consumo médio per capita mede a quantidade de um alimento, em gramas, consumida por uma pessoa por dia.

Seguiremos apresentando mais dados da pesquisa nos próximos dias. Você também pode acessar a publicação no site da entidade

Setembro 2019
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“Estamos envelhecendo, mas não estamos envelhecendo bem.” Foi com essa frase que nosso superintendente executivo, José Cechin, abriu sua participação no debate “Saúde suplementar: consumo e sustentabilidade”, realizado pelo jornal Correio Braziliense ontem (25/09). O evento reuniu especialistas de mercado, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), dos Ministérios da Saúde e da Justiça, da FenaSaúde e da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para analisar o sistema de saúde no Brasil e os desafios que se impõem, especialmente frente ao aumento da longevidade no País. 

Sobre essa questão, Cechin foi muito claro. “Até hoje, não temos sentido claramente o impacto do envelhecimento da população nas despesas do setor, mas, daqui para frente, essa conta será cada vez mais nítida”, alerta. “Estamos vivendo o fim do bônus demográfico no País e, na saúde suplementar, esse processo se dá de forma mais acelerada. Com o aumento proporcional de idosos frente ao total de jovens nos planos, teremos um aumento de despesas per capita de um ponto percentual ao ano nos próximos 40 anos. Pode até não parecer muito, mas representa em torno de 10% a mais no reajuste autorizado pela ANS para os planos individuais. Isso somado aos demais fatores que impulsionam a VCMH (Variação dos Custos Médico-Hospitalares), acende um sinal de alerta”, completa. 

Qual a solução? Para o coordenador do Núcleo de Geriatria e Gerontologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Edgar Nunes Moraes, é necessário mudar o modelo da atenção. “O problema que precisamos resolver não é o idoso, mas o modelo de atendimento. Hoje, com o plano, o idoso tem um cheque em branco para escolher ir ao médico e fazer exames todos os dias, mas isso faz mal a saúde”, adverte. “Precisamos deixar o modelo hospitalocêntrico e focar na atenção primária. Tratar pessoas e não doenças”, completa. 

Essa também é a avaliação do ministro interino da Saúde, João Gabbardo dos Reis. “A atenção primária é a saída para a recuperação financeira do setor, tanto público quanto privado”, afirma. “Claro que também estamos tomando outras medidas para o SUS (Sistema Único de Saúde) que podem ter efeitos positivos se implementadas na saúde suplementar, como pagamento por pacotes e incorporação de medicamentos com cláusulas de risco compartilhado, em que só pagamos pelo resultado, mas o foco principal precisa ser a mudança do modelo de atenção com foco em promoção da saúde ao longo da vida do indivíduo e cuidados integrados, como os proporcionados pelas equipes de saúde da família”, pondera. 

De acordo com dados apresentados por Emmanuel Lacerda, gerente executivo da CNI, a mudança seria bem-vinda para alterar uma triste realidade: a cada grupo de 100 pessoas, o País perde 28,5 anos de produtividade em função de afastamento do trabalho por questões de saúde, absenteísmo e mesmo morte precoce.  

Contudo, além de alterações no atendimento assistencial, é preciso que cada indivíduo repense seus hábitos de vida. “Seu estado de saúde depende, majoritariamente, de você. De acordo com a literatura, entre os problemas de saúde que teremos ao longo da vida, 20% vêm da herança genética, 20% do ambiente onde você vive e 10% da tecnologia médica. O resto está relacionado aos hábitos de vida que cada pessoa escolhe manter, como praticar atividades físicas regularmente, alimentar-se adequadamente, abstendo-se de consumir produtos altamente industrializados, drogas e tabaco, fazer uso moderado de álcool etc.”, revela Cechin. O lado positivo, de acordo com o executivo, é que “nunca é tarde para começar a se cuidar”. 

O evento ainda tratou de questões importantes para o setor, como a agenda regulatória da ANS, a satisfação dos beneficiários com os planos e as perspectivas de crescimento do setor. Para saber mais, recomendamos a leitura do caderno especial do Correio Braziliense: 

  

Custo da saúde: hospitalização excessiva e falta de gestão aumentam valores 

Serviço de saúde público e privado não conversam entre si como deveriam 

Valor da saúde deve ser mensurado pelos resultados dos pacientes 

Planos de saúde não precisam cometer os erros do SUS, diz Gabbardo 

Identificação de tratamento ao idoso pela faixa etária é inadequada 

Deficiência na gestão em saúde gera prejuízo para governo e empresas 

Tecnologias e usuário desafiam sustentabilidade da saúde complementar 

 

Fevereiro 2018
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Com a chegada do Carnaval, aumenta também o consumo de bebidas alcoólicas. Este fator impacta diretamente na saúde da população e preocupa os órgãos responsáveis. De acordo com o Vigitel Saúde Suplementar 2016, 1 a cada 5 brasileiros faz uso excessivo de bebidas alcoólicas.

A pesquisa elaborada em conjunto pelo Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mostra que a frequência de consumo abusivo de bebidas alcoólicas no país variou entre 15,5% em Rio Branco e 27,3 % em Salvador. No conjunto das 27 cidades participantes da pesquisa –todas as capitais dos 26 estados brasileiros e o Distrito Federal - a frequência do consumo abusivo de álcool foi de 20,4%, sendo maior entre os homens, chegando aos 29,6%, do que entre as mulheres, com 13,3%.

As maiores frequências entre os homens, foram observadas nas cidades de Cuiabá, com 36,6%, Teresina, com um total de 36,5% e Distrito Federal, 36,3%. Já entre as mulheres, Salvador foi a capital com maior índice, chegando aos 20,7%, seguida por Belo Horizonte, 18,2%, e Cuiabá, com 16,6%.

As cidades com menor índice do consumo para o gênero feminino foram Porto Velho, com 7,1%, Rio Branco, 7,7% e Natal, que chegou a 9,4%. Já entre os homens, os menores valores foram encontrados em Porto Alegre, com 18,5%, Manaus, 23,9%, e Curitiba, com 24,8%.

A promoção da saúde é, sem dúvida, uma grande aliada no enfrentamento de doenças crônicas por seu caráter preventivo. Mais que isso, com o cenário do envelhecimento populacional, é importante estabelecer metas e planos de implementação de políticas públicas e adoção de medidas para minimizar fatores de risco, como tabagismo, sedentarismo, consumo de álcool e alimentação não saudável. 

O Vigitel considera como consumo abusivo de bebidas alcoólicas a ingestão de quatro ou mais doses, para mulheres, ou cinco ou mais doses, para homens, em uma mesma ocasião nos últimos 30 dias. A pesquisa foi elaborada com dados de 53.210 entrevistas por telefone, sendo 20.258 homens e 32.952 mulheres.