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Outubro 2018
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Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) está com uma campanha alertando para os riscos da exposição excessiva de crianças e adolescentes a exames de diagnóstico por imagem, como tomografias computadorizadas e raios x, como mostra reportagem da revista IstoÉ.

Claro, esses exames são extremamente úteis à prática médica e essenciais para diversos diagnósticos. Contudo, também é um fato que muitos dos exames de imagem emitem radiação nociva à saúde do paciente. Assim, pensando na qualidade assistencial, é fundamental que esses exames só sejam solicitados quando absolutamente necessários. Além disso, é preciso racionalidade na hora de determinar que exame realizar. Muitas vezes, um raio x pode solucionar a questão, sem a necessidade de exames complementares. Em outros casos, por exemplo quando a tomografia é fundamental, não há necessidade de se fazer também um raio x . Ou seja, é preciso racionalidade.

Apesar de a principal preocupação com o uso exagerado desses exames se dar pela questão da saúde do paciente, é fundamental que consideremos também o custo desses procedimentos. Além de representar um risco desnecessário, exames que não são essenciais para o diagnóstico determinam custos financeiros para as operadoras, para o SUS e também para o paciente que opta por arcar com as despesas médicas do próprio bolso. Recursos que poderiam ser melhores aplicados em tratamentos e exames realmente necessários.

Ainda falando de custos, há que se considerar os valores de obtenção e manutenção desses equipamentos. Afinal, se eles estão sendo utilizados além do necessário, certamente irão gerar gastos adicionais para laboratório e hospitais, elevando os custos médico-hospitalares.

No mesmo sentido, é possível questionar se a quantidade de equipamentos adquirida e mantida para atender uma quantidade de exames maior do que a ideal não representa outro custo desnecessário para o setor (tanto público quanto privado). A resposta, certamente, é sim. No TD 51 – “PIB estadual e Saúde: riqueza regional relacionada à disponibilidade de equipamentos e serviços de saúde para setor da saúde suplementar” – há mais de 1,7 mamógrafo para cada grupo de 100 mil pessoas em ao menos 10 estados brasileiros, quando a recomendação do Ministério da Saúde é de 0,42 mamógrafo para cada 100 mil pessoas. Apenas para comparação, o Reino Unido conta com 0,88 mamógrafo por 100 mil pessoas. 

Por fim, há a questão do pessoal qualificado que é alocado para operar esses equipamentos de diagnóstico e avaliar uma quantidade de exames maior do que seria necessário ao invés de atender pacientes que realmente precisam de atenção. Mais um impacto financeiro e, pior, na qualidade assistencial.

Aproveitando que estamos no Outubro Rosa, vale lembrar que é a mamografia, apesar de ser o único método eficaz de confirmação do câncer de mama, também oferece riscos para as mulheres e não deve ser usado de maneira imprudente. Isso porque, assim como ocorre com diversos exames de imagem, a radiação do mamógrafo pode aumentar a chance de desenvolvimento de doenças, como aponta o estudo vencedor do V Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar na categoria Promoção da Saúde e Qualidade de Vida, “Análise da Utilização de Mamografia e seus Desdobramentos em um Plano de Autogestão de Saúde” (http://iess.org.br/cms/rep/2015versocompletaparaiess_2pkmxfyf.pdf), de Marcia Rodrigues Braga (já abordado aqui no Blog). Um risco que muitas mulheres ainda desconhecem e que, infelizmente, muitos médicos esquecem de informar. Para saber mais sobre o assunto, vale ler nosso post sobre “Saúde da mulher no Brasil”.

Maio 2018
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Importante elo do setor de saúde suplementar, a medicina diagnóstica tem ganhado cada vez mais destaque na mídia pelas diferentes inovações na área que podem resultar em melhoria da assistência e de eficiência para o setor.

Esforço e necessidade dos diferentes agentes de toda a cadeia, a promoção da saúde e a prevenção de doenças é ordem do dia para garantir não só o bem-estar da população – que está cada vez mais envelhecida graças ao mérito dos avanços da medicina –, mas também da sustentabilidade do setor, que enfrenta alta crescente nos custos com a assistência. Nesse caso, o clichê faz total sentido: prevenir é muito melhor que remediar.

É exatamente nessa questão que os avanços da medicina diagnóstica são fundamentais. Como mostrou o DCI nesta quinta-feira, esse cenário de mudança demográfica deve exigir maior investimento em ferramentas de diagnóstico precoce. O uso da tecnologia amplia a eficiência operacional e a aplicação da inteligência artificial está diretamente relacionada com a melhoria dos resultados laboratoriais e de imagem.

Esse uso da inteligência artificial vai ao encontro de projeto colocado em prática pelo Hospital Sírio-Libanês para mapear risco de câncer de pulmão por meio de varredura em laudos de tomografias de tórax, noticiado pelo jornal O Estado de S. Paulo na última semana. 

Pela primeira vez no Brasil, a iniciativa poderá revelar aos médicos quais pacientes têm maior risco de desenvolvimento desse tipo de câncer, um dos mais letais em todo o mundo exatamente por ser assintomático, detectado geralmente em estágios avançados. O diagnóstico precoce deve salvar vidas e ainda economizar em tratamentos.

Conforme mostra a apresentação que pode ser acessada aqui, o setor de diagnósticos tem crescido a passos largos no país. Em oito anos, o estoque de emprego no segmento cresceu 46,7% (aumento de 62 mil pessoas). Sua importância, contudo, vai além dos exames para detecção de diferentes problemas. Conforme mostra o TD 62 – “Evidências de práticas fraudulentas em sistemas de saúde internacionais e no Brasil”, entre 25% e 40% dos exames laboratoriais não são necessários, o que acarreta em desperdícios para toda a cadeia e até riscos ao paciente. 

Isso passa, portanto, pela melhor informação e conscientização dos diferentes envolvidos no setor, como profissionais de saúde e paciente. Diante desse cenário, é importante encarar a aplicação dos diferentes recursos e tecnologias em saúde como modo de garantir a ampliação da qualidade assistencial e, ao mesmo tempo, a eficiência e sustentabilidade da saúde suplementar no país.

Junho 2016
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A produtividade hospitalar brasileira é menor que a americana e afeta negativamente os tratamentos clínicos. Esta é a conclusão do trabalho “Avaliação da Produtividade de Hospitais Brasileiros pela Metodologia do Diagnosis Related Groups”, produzido por José Carlos Serufo Filho, vencedor da categoria ”Economia” do V Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar, realizado em 2015. 

O Estudo avalia a produtividade dos hospitais pela metodologia do Diagnosis Related Groups (DRG – Grupos de Diagnostico Relacionados, em tradução livre do inglês). O assunto é constante foco de estudos do IESS e já foi mencionado aqui no Blog também. 

De acordo com o estudo vencedor, a produtividade brasileira em tratamentos clínicos chega a ser 86,3% menos eficaz que a norte-americana.  As causas da baixa produtividade apontadas podem ser explicadas apenas parcialmente pela complexidade determinada por variáveis biológicas. Foram analisados mais de 145 mil relatórios de altas de cerca de 120 hospitais usando a categorização DRG do governo norte-americano em sua versão 31.0 (MS-DRG).

O Prêmio IESS é a mais importante premiação de trabalhos acadêmicos com foco em Saúde Suplementar no Brasil. Se você também tem um trabalho de conclusão de curso de pós-graduação (especialização, MBA, mestrado ou doutorado) relacionado à Saúde Suplementar nas áreas de Economia, Direito e Promoção de Saúde e Qualidade de Vida, inscreva-se, gratuitamente, até 15 de setembro. Veja o regulamento completo.

Os dois melhores trabalhos de cada categoria receberão prêmios de R$ 10 mil e R$ 5 mil, respectivamente, além de certificados, que serão entregues em cerimônia de premiação em dezembro.