Sorry, you need to enable JavaScript to visit this website.

Julho 2021
Salvar aos favoritos Compartilhar

Os desafios do envelhecimento da população é o assunto do 3º episódio do IESSCast, já disponível nas principais plataformas de áudio e no Youtube. Jander Ramon, jornalista e assessor de comunicação do IESS, entrevistou o José Cechin, superintendente executivo do IESS, sobre a temática, que tem ganhado destaque no setor de saúde suplementar conforme o número de idosos aumenta ano a ano.

O bate-papo tratou de tópicos abordados no capítulo escrito por Cechin no livro “Saúde Suplementar: 20 anos de transformações e desafios em um setor de evolução contínua”. Dentre eles, o fim do bônus demográfico, pacto intergeracional, mutualismo e promoção à saúde aliada à qualidade de vida. Outra temática importante da conversa foi o custo médio da atenção à saúde per capita. As dúvidas sobre a precificação dos serviços destinados a esse público foram explicadas pelo superintendente do IESS.

O IESSCast está disponível nas principais plataformas de streaming de áudio, como o Spotify, Deezer, Google Podcasts, Apple Podcasts e Castbox. O conteúdo também pode ser acessado, a qualquer momento, pelo canal do IESS no YouTube em formato de websérie. Os novos episódios vão ao ar sempre às terças e sextas-feiras. Não perca!

Os episódios do IESSCast foram inspirados a partir do livro “Saúde Suplementar: 20 anos de transformações e desafios em um setor de evolução contínua”, uma obra organizada pelo IESS, assinada por 24 autores convidados. Para baixar a publicação, clique AQUI.

 

Julho 2019
Salvar aos favoritos Compartilhar

A alta de 17,3% no custos médico-hospitalares, constatada na última edição do índice VCMH/IESS e já comentada aqui no Blog, foi especialmente influenciada pelo aumento dos gastos com terapia, mas também há outros fatores que pesam nessa conta. O avanço da judicialização da saúde e o envelhecimento da população são alguns exemplos de itens que não entram diretamente no calculo do indicador, mas influenciam diretamente os custos do setor.  

Com a mudança de perfil demográfico, é natural que certos serviços de saúde passem a ser acessados com mais frequência, como as internações e os tratamentos em decorrência de doenças crônicas. Segundo o Ministério da Saúde, 69,3% dos idosos brasileiros sofrem de pelo menos uma doença crônica e 29,8%, tem duas ou mais doenças crônicas. Na ordem, os cinco diagnósticos mais frequentes são hipertensão, dores na coluna, artrite, depressão e diabetes - saiba mais.  

Além disso, o total de beneficiários de planos médico-hospitalares com 59 anos ou mais é o que mais tem crescido. Como já falamos aqui no Blog, de acordo com a última edição da NAB, 171,9 mil vínculos foram firmados entre as operadoras de planos de saúde e os beneficiários nessa faixa etária  entre abril de 2019 e o mesmo mês do ano anterior. Alta de 2,5%. 

Projetamos que as operadoras de planos de saúde devem gastar R$ 383,5 bilhões com assistência de seus beneficiários em 2030 em função da mudança demográfica. O valor, que consta na “Projeção das despesas assistenciais da saúde suplementar”, representa um incremento de 157,3% em relação ao registrado em 2017. A análise considera o estabelecimento de 4,3 milhões de novos vínculos no período e a mudança na composição etária da sociedade brasileira para chegar a este resultado – entenda

O assunto também já foi abordado o trabalho “Envelhecimento populacional e gastos com saúde: uma análise das transferências intergeracionais e intrageracionais na saúde suplementar brasileira", de Samara Lauar Santos, 2° colocado na categoria Economia do VII Prêmio IESS

Continue acompanhando nosso blog para saber mais sobre os outros fatores que levaram à alta registrada na última edição da VCMH. 

Ah, e se você tem um trabalho de pós-graduação com esse (ou outro tema focado na saúde suplementar, não deixe de conferir o regulamento do IX Prêmio IESS e se inscrever! 

Março 2018
Salvar aos favoritos Compartilhar

No dia 03 de março, o jornal O Estado de S. Paulo repercutiu um tema que já falamos há tempos – o processo de envelhecimento populacional no país. “Como enfrentar despesas de saúde dos mais velhos”, do colunista Celso Ming mostra os desafios de se buscar o equilíbrio financeiro dos sistemas de saúde no país frente a este cenário já enfrentado por outros países, como Reino Unido, França e Alemanha.

O autor aponta que no Sistema Único de Saúde (SUS), as despesas assistenciais podem atingir R$ 115 bilhões por ano em 2030, ao passo que hoje estão em torno de R$ 45 bilhões. As doenças crônicas que atingem a população idosa impactam fortemente nestes números. Para se ter uma ideia, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estimam que, em 2030, o Brasil contará com mais de 223 milhões de brasileiros, sendo 18,62% com 60 anos ou mais. Em 2000, essa faixa etária correspondia a 8,21%, para uma população de 173,45 milhões.

Já para a saúde suplementar, o artigo utiliza nossas projeções de gastos assistenciais das operadoras. Divulgado em 2016, o TD 57 – “Atualização das projeções para a saúde suplementar de gastos com saúde: envelhecimento populacional e os desafios para o sistema de saúde brasileiro” – já alertava para a necessidade de se redimensionar a rede de atendimento e desenvolver ações focadas em promoção da saúde. O estudo aponta que, até 2030, os planos de saúde devem contar com 59,4 milhões de vínculos e os gastos assistenciais chegariam a R$ 396,4 bilhões ao ano. Um avanço de 268,4% em comparação a 2014.

O caminho apontado no artigo do jornal O Estado de S. Paulo é exatamente aquele que falamos há anos: ampliar o debate das necessidades assistenciais desses idosos; mudança no modelo assistencial focando na promoção da saúde e cuidados integrados; formação de mão de obra no volume e na qualidade suficientes para esta transformação etária e epidemiológica, entre outras ações.

O especialista Alexandre Kalache, gerontólogo e presidente do Centro Internacional da Longevidade no Brasil, reforça esta necessidade da atenção primária, com acompanhamento médico contínuo e focado no indivíduo, não na doença. Este tema, inclusive, foi um dos vencedores da última edição do Prêmio IESS.

Portanto, os dados e uma agenda de ações não são novidade. Resta saber se os setores de saúde irão aproveitar essa latente necessidade para remodelar a gestão e o modelo assistencial vigente, buscando garantir sua sustentabilidade.

Outubro 2017
Salvar aos favoritos Compartilhar

O processo de mudança demográfica e maior longevidade da população em âmbito global é algo extremamente positivo e, com certeza uma vitória da humanidade. No entanto, este fenômeno também impacta diretamente na saúde em todo o mundo. Exatamente por isso, este é um dos temas mais presentes nas discussões de saúde e tem pautado também nossos estudos e publicações aqui no blog. O estudo “Hospitalization in older adults: association with multimorbidity, primary health care and private health plan” (Hospitalização em idosos: associação com multimorbidade, atenção básica e plano de saúde) publicado no 19º Boletim Científico avalia a associação entre a ocorrência de doenças crônicas de forma simultânea, o modelo de atenção básica e a posse de plano de saúde com a ocorrência de hospitalizações. 

As hospitalizações de idosos podem trazer graves consequências não só para o sistema de saúde, mas sobretudo para o bem-estar do paciente, que corre o risco de complicações como a diminuição da capacidade funcional e aumento de sua fragilidade – em especial quando estas internações são repetidas e prolongadas. Ou seja, as internações em idosos, deveriam ser indicadas apenas quando não há outra alternativa para manejo mais adequado. Com isto em mente, o trabalho realizou estudo transversal de base populacional com 1.593 idosos (60 anos ou mais) residentes na zona urbana do município de Bagé, Rio Grande do Sul.

Foi observado que a multimorbidade gerou um aumento nas hospitalizações, principalmente as não cirúrgicas. Observou-se também que os idosos com plano de saúde internaram mais, independentemente da presença de múltiplas doenças. Nas áreas onde não há estratégia de saúde da família, no ano de 2008, a prevalência de hospitalização em idosos com plano de saúde foi de 19,2% entre os com multimorbidade e 10,1% entre os sem multimorbidade. Já para os idosos sem planos de saúde, a prevalência de hospitalização foi de 18,6% entre os com multimorbidade e de 10,0% para os sem. No mesmo ano, em áreas cobertas pela Estratégia Saúde da Família, os idosos com plano de saúde e multimorbidade representaram 26,6% e os sem multimorbidade, 20,6%. Entre os idosos com a ESF e sem plano de saúde, a prevalência foi de 15,5% entre os com multimorbidade e 7,6% para os sem multimorbidade.

Os dados mostram que a diferença entre as taxas de internação está diretamente relacionada ao acesso dos pacientes aos serviços de saúde e não, ao programa de prevenção à saúde do sistema em que os idosos estão inseridos. A saúde suplementar garante maior acesso dos beneficiários devido à maior oferta de leitos hospitalares. Neste sentido, os dados do trabalho contribuem não só para a relevância das multimorbidade nas hospitalizações, mas também para as melhorias da atenção da população idosa no país. 

Outubro 2017
Salvar aos favoritos Compartilhar

Um dos temas mais comuns no debate de saúde brasileiro é o impacto do envelhecimento da população sobre o sistema de saúde, como já apontamos aqui. Este ciclo de mudança demográfica pelo qual o País passa, caracteriza-se como uma grande possibilidade de evolução na saúde suplementar, alertando sobre as necessidades dos idosos hoje e do futuro, além das oportunidades de educação e promoção da saúde.

Este também é o tema do trabalho vencedor do 1º lugar na categoria “Economia” do VI Prêmio IESS: "Idosos da Região Sudeste: fatores que influenciam a posse de plano de saúde privado e implicações para as políticas públicas", de Rosana Vieira das Neves. Fundamental neste momento de mudanças, o trabalho analisa os fatores que mais influenciam a probabilidade de pessoas com 60 anos ou mais terem plano de saúde e destaca que a presença de morbidades entre idosos é o fator que mais aumenta a chance de idosos possuírem planos de saúde. Além disso, a pesquisa mostra que idosos com renda mensal domiciliar per capita superior a quatro salários mínimos têm entre 65% e 52% de chance de possuírem plano privado. 

Conversamos com Rosana sobre seu trabalho e o processo de envelhecimento nacional. Confira e não deixe de inscrever gratuitamente, até 15 de outubro, seu trabalho de conclusão de curso de pós-graduação (especialização, MBA, mestrado ou doutorado) com foco em saúde suplementar nas áreas de Economia, Direito e Promoção de Saúde, Qualidade de Vida e Gestão em Saúde. Veja o regulamento completo

Os dois melhores de cada categoria receberão prêmios de R$ 10 mil e R$ 5 mil, respectivamente, além de certificados, que serão entregues em cerimônia de premiação em dezembro deste ano.

BLOG DO IESS – O que te levou a este tema? 

Rosana Vieira das Neves – O acelerado processo de transição demográfica brasileiro gerará um novo perfil de demandas para os sistemas de saúde, com impactos na maior utilização dos serviços de saúde.

BLOG – Como seu trabalho se situa entre as necessidades de alternativas e mudança de postura com esta mudança demográfica?

Rosana – Na saúde suplementar, é necessário rever a regulamentação para ofertar alternativas de permanência dos idosos nos planos de saúde após a aposentadoria, seja pela participação do empregador ou pela oferta de planos individuais. Os preços elevados para idosos são fatores que podem impossibilitar a permanência destes nos planos de saúde. A coparticipação financeira pode arrefecer os preços. Por este motivo, a renda (e a boa condição socioeconômica) são fundamentais para manutenção do plano na velhice.

BLOG – Como avalia as políticas públicas para os idosos existentes hoje? 

Rosana – As políticas públicas voltadas para idosos devem considerar também que o conjunto de pessoas que envelhecerão e estarão em situação de extrema vulnerabilidade. A idade avançada traz consigo maior necessidade em saúde. Justamente no momento de inatividade, quando a renda cai, e pode ser ainda menor frente à baixa escolaridade dos idosos. 

Com o cenário do envelhecimento populacional, é importante estabelecer metas na implementação das políticas públicas para melhorar a saúde do idoso; adotar medidas preventivas para minimizar os fatores de risco (tabagismo, sedentarismo, consumo de álcool e alimentação não saudável) para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis; dar o tratamento adequado à pessoa idosa de acordo com sua classificação de risco; e promover educação em gerontologia, conforme preconiza a PNSPI (Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa). 

BLOG – Como avalia a recepção do Prêmio IESS na sua área de atuação?

Rosana – Sem dúvida o Prêmio IESS é um diferencial no currículo e valoriza o trabalho realizado, despertando a curiosidade dos pares. Ao participar da cerimônia de premiação, tomei conhecimento de diversas pesquisas que despertaram meu interesse, e que, talvez, não tomasse conhecimento pesquisando em sites de busca acadêmicos.